A família resulta da união homem-mulher, ao se elegeram para a vida em comum, geralmente mediante formalidade de um contrato de consórcio permanente. Há mesmo necessidade de casamento?
O sentido de Família vem desde os primórdios da Criação, na
Terra, a começar dos micro-organismos, oriundos do protoplasma, matéria amorfa
e viscosa, o embrião de todas as organizações do globo terrestre. Os organismos
microscópicos deram início às primeiras manifestações no plano material da
evolução. As células albuminoides, as amebas e todas as organizações
unicelulares, independentes e espalhadas, propagavam-se rapidamente. Em águas
mornas oceânicas da aurora dos elementares sinais de vida da Proterozoica (Era
Proterozoica, período geológico cuja duração foi cerca de 4 bilhões de anos),
elas se conservavam imersas.
Amebas primitivas multiplicavam-se para a vida, formando
colônias, com o propósito da criação do grupo celular, de sorte que ensejavam
os rudimentares ensaios no campo das relações entre seres da mesma genealogia.
Era, portanto, o começo da gênese do progresso espiritual dos filhos de Deus,
no planeta, o primeiro significado de evolução em conjunto.
Hoje nosso orbe é muito diverso do mundo da ideosfera da
proto-história, do Oligoceno, de nossos remotíssimos ancestrais, os
antropitecos, habitado por homens e mulheres aperfeiçoados geneticamente,
inteligentes, dotados de livre-arbítrio. Ao se consorciar ao longo dos
milênios, o ser humano necessitou gradativamente de uma base indispensável: o
instituto conjugal; daí originou-se a estrutura social familiar.
Especificações
Família é uma reunião de pessoas aparentadas que vivem, em
tese, na mesma residência, composta de pai, mãe e filhos, indivíduos da mesma
consanguinidade. Também quer dizer: conjunto de raças, grupo de seres de iguais
caracteres, por uniões afins.
Animal social, naturalmente monogâmico, o homem, através das
épocas, agrupou-se, de acordo com a lei de sintonia e identidade, para
sobreviver e perpetuar a espécie. Surgiram, assim, os clãs sociais.
A família resulta da união homem-mulher, ao se elegeram para a
vida em comum, geralmente mediante formalidade de um contrato de consórcio
permanente. Há necessidade do casamento ? Há. Sem este ajuste, a sociedade
humana regrediria à condição dos animais. “O estado de natureza é o da união
livre e fortuita dos sexos”, e “a extinção do casamento causaria o retrocesso à
infância da Humanidade, ao colocar o homem abaixo de certos animais que lhe dão
exemplo de uniões constantes” (questão 696, O Livro dos Espíritos).
Benfeitores Desencarnados afirmaram que homens e mulheres
apareceram no mundo com a incumbência de pôr em execução a sublime empresa do
lar, levando a efeito os valores essenciais e intransferíveis, até
se atingir o divino escopo de progresso universal. Como afirmou o Espírito
Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ou Chico Xavier: “A
universidade poderá fazer cidadãos, mas apenas o lar pode edificar o
homem”.
Deus pensou em tudo, principalmente na concepção do instituto
doméstico, visando, certamente, nobres expressões de sublimidade na Terra desde o início (*). Passou-se o tempo,
estava instituída a salvaguarda da estirpe consanguínea, criados os anteparos
de sua dependência, gerados os laços de família, as primícias desse pequeno
universo global.
Idade Antiga e Idade Média
Idade Antiga e Idade Média
Os costumes mudaram sobremaneira, eis que surge no seio
planetário uma das mais notáveis culturas da Antiguidade: a Civilização
Helênica, império de Alexandre, o Grande. Neste verdadeiro cadinho de
emulações, viu-se lamentável derrocada de anos de prosperidade pelo menoscabo
da ideia de preservação da família. Desse aviltamento exclui-se Atenas cujas
obrigações familiais, de sua jurisdição, ficaram sob a responsabilidade do
Estado.
Já a educação dos filhos de romanos ficou a cargo dos
patriarcas. Na Roma do passado, jubilosa e construtiva, mas também palco de
crimes nefandos, de numerosos assassinatos e lúgubres espetáculos de
carnificina, além da corrupção insofreável, a educação das gerações foi
conduzida pelo patriciato. Em seguida, estes sistematizaram leis,
possibilitando direitos e deveres à classe agrícola, militar, artística e
popular.
A família sofreu sensível degradação na Idade Média por
injunções dos príncipes da Igreja e dos senhores feudais. Eram tempos de
obscurantismo ... Mas, o futuro reservava grande perspectiva de restabelecimento
ao núcleo familiar. Com a criação de regras mais justas, cujo objetivo era a
dignidade da família, eméritos juristas e homens de letras elaboraram os
códigos de direitos humanos e, aos poucos, foi se reorganizando a micro
composição social, com vista ao respeito fraterno em prol da paz, da vitória do
estímulo às virtudes e à educação.
No lar
Disse Emmanuel por Chico Xavier: “A família consanguínea, entre homens, pode ser apreciada como o centro essencial de nossos reflexos agradáveis ou desagradáveis que o pretérito nos devolve”. Pai, mãe, filhos e demais dependentes são Almas comprometidas umas com as outras que volveram ao cenário de reaprendizado da existência, tais como alunos repetentes a recomeçar o ano letivo, a fim de trilhar exatamente, em conjunto, o roteiro complexo, delineado pelas antipatias e as desafeições das encarnações passadas.
O escritor e jornalista espírita Pedro de Camargo (Vinícius)
escreveu:
O lar é também semelhante ao corpo humano. O marido é
a cabeça, a mulher, o coração, os filhos e domésticos, os demais membros e
órgãos. Tudo vai bem. O cérebro indaga, investiga, sonda, perscruta. O coração
ama, sofre goza e perdoa. A vida é inteligência e é também sentimento,
portanto depende do cérebro e do coração. A má função de um ou de outro
compromete a saúde do corpo, destruindo o encanto do lar e, consequentemente, a
alegria de viver.
Figura o lar para o homem algo mais elevado – não diz somente respeito a abrigo e segurança, como para o irracional o resguardo na caverna ou na toca; a residência terrena é, sobretudo, o refúgio do Espírito... Mas nem todos os que nele se encontram vivem em paz e harmonia; nem sempre, em toda residência, há a alegria real, o amor, a tranquilidade.
Há pais que não aturam filhos, mães complicadas, insensíveis e
exigentes, filhos a detestá-los, duelos de irmãos inimigos, em vista de
antipatias congênitas, afetando-se mutuamente, com as farpas mentais
destrutivas da ira por ciúme ou por inveja, ou por ressentimentos incrustados
nos escaninhos da mente. São as consequências de condutas passadas,
indissolúveis, mesmo com o fenômeno da morte, cujas causas fizeram volver as
mesmas criaturas à convivência imprescindível.
Os laços de sangue não criam necessariamente ligação entre
pessoas. Não são os pais os responsáveis pela existência do Espírito filho ou
filha. Pai e mãe apenas favorecem o corpo físico, a vida material. As
uniões espirituais unem as criaturas, tornam-se fortes pela purificação nas
múltiplas existências terrenas, perpetuam-se, enquanto as uniões apenas por
interesses materiais se extinguem com o tempo, até na existência atual.
A família é o alicerce da estrutura humana, e sempre o será.
Nem os mais pessimistas dos argumentos, nem os mais modernosos dos conceitos de
devassidão sexual que ora vigem em nosso meio, tentando perverter as mentes
juvenis, serão capazes de delir da face do planeta o item casamento-família,
evento esse que até hoje se verifica no seio dos atuais povos ditos
incivilizados.
O Evangelho moral de Jesus de Nazaré solicita-nos bondade,
honestidade, simplicidade e indulgência com o próximo. Ah! Sonhas com a paz e a
harmonia entre os homens ? Aperfeiçoa o teu jeito de ser. Apurando-nos
intimamente, a Humanidade melhorará a começar dos que partilham conosco as
provações redentoras, na convivência compulsória sob o mesmo teto.
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*Por ora, a realidade é outra – a sociedade sintetiza os
grupos consanguíneos; se estes não vão bem, o todo social se recente haja
vista, em nossos dias, o recrudescimento da violência, o problema dos menores
infratores, a superlotação carcerária, a tragédia das drogas, do trabalho e da
prostituição infantis, etc.
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CHILDE, V. Gordon. O que Aconteceu
na História. 5. Ed. Rio: Zahar Editores, 1981.
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_____. Caminho, Verdade e Vida.
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_____. O Consolador. Emmanuel.
10. Ed. Rio: FEB, 1997. Palavras de
Emmanuel. Emmanuel. 10. Ed. Rio: FEB, 1984. Palavras de Emmanuel. Emmanuel. 10. Ed. Rio: FEB, 1984. Palavras de Emmanuel. Emmanuel. 10. Ed.
Rio: FEB, 1984.
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_____. Palavras de Emmanuel.
Emmanuel. 10. Ed. Rio: FEB, 1984.