Davilson Silva-
Esse fenômeno, no meu entender, é mais que um “simples toque”, ou “olhar”, ou “gesto”, de acordo com expressões de Kardec. Ele o é, tanto que o próprio codificador do Espiritismo preferiu referir-se-lhe de modo sucinto e genérico, pois, consoante deduziu, o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites de que dispunha naquele ensejo.¹ Médiuns de cura são ectoplastas por emitirem como os médiuns físicos o mesmo fluido observável sob diferentes aspectos a respeito do qual aqui trataremos.
A mediunidade de cura, ou curadora, é um meio de resgate de débitos morais de existências passadas, resume-se numa tarefa de incansável esforço pela conquista do maior grau possível de virtudes. E para quem busca a cura espiritual, aqui temos precioso lembrete dos bons Espíritos: jamais a obteremos sem o necessário reajustamento íntimo. E que reajustamento é esse, senão o de nos tornarmos melhores, dia a dia, conforme os preceitos de Jesus que propõem uma conduta saudável e exemplar como a que Ele teve?!
Por considerarmos genuinamente
certos médiuns de cura médiuns de efeitos físicos, afora o magnetismo que
possui, ele é sensível fonte geradora de ectoplasma.
A faculdade de cura é por assim dizer curioso fenômeno de
efeitos físicos tal como a faculdade que gera formas opacas, ectoplásmicas,
como a materialização de Espíritos, de objetos e outros fatos que dela
decorrem. Mestre Allan Kardec afirmou que todo aquele que sente num grau
qualquer a influência dos Espíritos é médium, cada qual segundo a sua tendência
para diversos gêneros mediúnicos. A mediunidade de cura, no conceito de mestre
Kardec, consiste no dom que certas pessoas possuem de curar doenças.
Esse fenômeno, no meu entender, é mais que um “simples toque”, ou “olhar”, ou “gesto”, de acordo com expressões de Kardec. Ele o é, tanto que o próprio codificador do Espiritismo preferiu referir-se-lhe de modo sucinto e genérico, pois, consoante deduziu, o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites de que dispunha naquele ensejo.¹ Médiuns de cura são ectoplastas por emitirem como os médiuns físicos o mesmo fluido observável sob diferentes aspectos a respeito do qual aqui trataremos.
Na categoria dos efeitos físicos
Podemos incluir os médiuns de cura na categoria dos de efeitos
físicos em face de certas características. Em substância, os fluidos comuns
procedem de um princípio que preferimos continuar chamando de Fluido Cósmico
Universal,² a despeito de opiniões e
nomenclaturas de físicos da atualidade. O fluido emitido por médiuns físicos,
ou seja, o ectoplasma, também chamado de fluido psíquico, é aquele emitido
pelos que possuem essa tendência inata. O jeito específico quanto a propriedades,
o produto da fonte geradora e a sua vibração é o que faz a diferença.
Há outros atributos que torna distinta, referente à sua
sensibilidade, essa disposição. Pela instintiva tendência para curar
enfermidades ou de, ao menos, fazer com que as doenças sejam amenizadas, o
médium curador pode debelar moléstias, restituir tecidos e órgãos lesados do
corpo físico de quem a ele recorra, estimulado pela piedade nele despertada, o
sofrimento, a doença do próximo, incluindo-se doenças de influenciação espiritual,
consciente ou inconscientemente.
Esses fluidos são por ele irradiados sobre o doente,
revigorando-lhe órgãos, normalizando funções e destruindo até placas e tumores
de caráter fluídico, produzidos por auto-obsessão ou
por influenciação externa. Por considerarmos genuinamente certos médiuns
de cura médiuns de efeitos físicos, afora o magnetismo que possui, ele é
sensível fonte geradora de ectoplasma, cujo seu desempenho o faz naturalmente
captar fluidos mais leves, mais sutilizados.
Por intermédio dele se verificam verdadeiros milagres,
bem entendido, milagres, algo admirável,3 os quais se
processam através da concentração, da oração impulsionada pelo sublime desejo
de sinceramente praticar aquele amoroso pedido de Jesus de Nazaré: “Restituí a
saúde aos doentes”.4 E
como a Lei de Caridade e Amor preside a todos os atos das esferas superiores,
os bondosos e esclarecidos Espíritos que se ligam a ele por simpatia vêm em seu
auxílio por causa do sentimento em benefício do próximo.
Sempre que o médium de cura se destina a exercer o seu ofício
de modo desinteressado, ou seja, sem profissionalismo, já que Jesus também
recomendou “dar de graça o que de graça se recebeu”, Espíritos benéficos,
especialistas em química e operadores atuantes nesse campo, incumbem-se do uso
dos fluidos. Eles submetem os fluidos irradiados pelo organismo do médium para
esse fim a um transcendente processo químico, aprimorado em laboratórios da
dimensão imponderável, menos grosseira que a nossa.
Ação fluídica leve e benigna
No que o médium se concentra pelo meio já referido, ele se
ergue à maior altura. À medida que se exalça, capta além de tudo, os fluidos
leves e benignos provindos das fontes da Natureza: irradia-os sobre a pessoa
necessitada; interpenetra-lhe o corpo físico; bombardeia os átomos, além de
atingir o campo celular. Ao fazer penetrar intensamente o fluido, as células
revitalizam as funções do corpo físico, elevam a vibração íntima do paciente e
restituem-lhe o equilíbrio mental.
Quando assim sucede, é porque houve uma combinação do fluido
espiritual com o humano.5 Há
casos em que se pode empregar a força magnética, particularidade intrínseca
mais ou menos ativa em cada um de nós. Neste caso, é prática espontânea os
Espíritos perfazerem as qualidades que faltem no fluido humano, consoante
explicou Kardec.
Como já percebemos, “ninguém faz absolutamente nada sem nada”
(assim disse o Espírito Emmanuel). E recapitulando, o médium curador não se
completa sem a atuação dos que o assistem, ou seja, os verdadeiros autores dos
fenômenos: os Espíritos. Inicialmente, dissemos que o médium de cura é sensível
fonte geradora de ectoplasma, esse curioso fluido de efeitos diversos e de
aspectos particulares; todavia, sem o imprescindível vínculo com Entidades
atuantes do domínio da cura, sobretudo, sem a “ideia iluminada pela fé e pela
boa vontade”,6 nenhum médium logrará êxito através desse
recurso concedido por Deus.
Mas em se tratando de doação pelo meio e propósito do que até
aqui interpretamos, torna-se preciso levar em conta outra particularidade.
Apesar de o fluido emitido pelos médiuns de físicos serem idêntico ao emitido
pelos médiuns de cura, ambos os ectoplasmas ainda assim diferem; há uma
dissimilitude entre os dois processos de desprendimento ectoplasmático que
convém saber.
Manifestações que diferem
Por exemplo: a técnica de emprego do ectoplasma para se obter
manifestações físicas, tais como: transporte, tiptologia, voz e escrita direta,
materialização de Espíritos, etc., difere da empregada para fins de cura. Por
se constituir de fluidos próprios para a prática de efeitos tangíveis ele é
denso, ao passo que os aplicados para finalidade de cura são constituídos de
uma sutileza admirável cujo primor é vibratoriamente favorável. Há um outro
aspecto do fenômeno de cura que não podemos deixar de registrar,
as operações cirúrgicas, assunto de que trataremos na próxima vez.
Em conclusão, a terapia mediúnica acontece pelo emprego da
energia fluídica, engendrada por Espíritos incumbidos desse procedimento. Ainda
que as curas se realizem pela força magnética, mesmo assim, podem ser
acrescidas de fluidos manipulados por técnicos e operadores do âmbito
espiritual, Entidades felizes e bondosas que, em nome de Jesus, sempre atentas
e dispostas, ajudam a quem sinceramente deseja ajudar o próximo; por isso, ser
médium de cura, ou médium curador, é possuir um nobre e grandioso compromisso.
A mediunidade de cura, ou curadora, é um meio de resgate de débitos morais de existências passadas, resume-se numa tarefa de incansável esforço pela conquista do maior grau possível de virtudes. E para quem busca a cura espiritual, aqui temos precioso lembrete dos bons Espíritos: jamais a obteremos sem o necessário reajustamento íntimo. E que reajustamento é esse, senão o de nos tornarmos melhores, dia a dia, conforme os preceitos de Jesus que propõem uma conduta saudável e exemplar como a que Ele teve?!
_________________________________________________
1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução Herculano Pires. 21. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 14, item 175, página 149.
2 _____. O livro dos espíritos. Trad. H. Pires. 62. Ed. São Paulo: Lake, 2001. Capítulo 2.º, questão 27, p. 62.
3 _____. A gênese. Trad. H. Pires. 20. ed. São Paulo: Lake, 2001. Capítulo 13, item 19, p. 230.
4 _____. O evangelho segundo o espiritismo, 62. ed. São Paulo, Lake, 2001, capítulo 26, item 1 e 2, p. 295.
5 _____. A gênese. Trad. H. Pires. 20. ed. São Paulo: Lake, 2001. Capítulo 14, item 33, p. 251.
6XAVIER, Francisco C. Nos domínios da mediunidade, 22. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira (FEB), 1994. Capítulo 17, p. 165.
No comments :
Post a Comment