Davilson Silva-
Aspecto da antiga
residência
onde
Chico Xavier nasceu, em
Pedro Leopoldo
(MG).
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Os primeiros anos da infância de Chico Xavier foram por assim dizer tranquilos na presença dos genitores João Cândido e Maria João de Deus, a sua amorável mãezinha. O tempo perpassava naquela rotina de sempre na pacata e humilde cidade mineira de Pedro Leopoldo, a 35 quilômetros de Belo Horizonte. A angina afligia a mãe de Chico, e numa daquelas crises ela desencarnou; ele teve de suportar o triste acontecimento.
Aos cinco anos de idade, Chico se viu órfão sem o amparo do seu “anjo tutelar” segundo considerava a mãe. Daí em diante, ele teve sobre si grandes e dolorosas provações. Dos cinco aos sete anos, o menino considerado “anormal”, sobretudo pelo pároco da igreja da cidade, foi morar com a madrinha a pedido do pai. Rita de Cássia era o seu nome, uma mulher espiritualmente perturbada.
Ela, católica apostólica romana, costumava surrá-lo sem dó nem piedade. Essas surras ocorriam diariamente três vezes, além de a mulher aplicar-lhe golpes de garfo na barriga, resultando em profundos ferimentos, por achar que Chico tinha “parte com o Diabo”. Além de tal conduta desumana, Chico ainda era afligido por infundadas inculpações de um garoto de nome Moacir, mais velho que ele sete anos, sobrinho e filho adotivo de Rita, o qual adorava vê-lo humilhado, castigado.
Moacir apronta uma das suas
Os dois meninos dormiam no mesmo quarto, e, certa feita, Moacir derramou urina na cama em que Chico dormia para posteriormente acusá-lo. A mulher, ao tomar conhecimento da ocorrência, qual uma fera e aos gritos indagou:
— Por que você fez isso, menino?... Confuso, e com toda a razão, bem que Chico podia ter desmentido e acusado Moacir pelo ato infame.
— Foi o Diabo!, preferiu responder. Pra quê?! A madrinha o puniu com uma surra daquelas e, dessa vez, bem mais demorada...
Mais tarde, já na fase adulta, Chico dizia-se agradecido referindo-se à madrinha como “uma grande educadora”... Sempre que alguém tocava nesse assunto tão doloroso da sua existência, que começou com a morte da mãe em 29 de setembro de 1915, sem demonstrar sinal de mágoa, ele afirmava que tudo concorrera para o seu “burilamento”... Eram os preparativos para a sua notável e nobre missão.
* * * * *
“Que o espírito de belicosidade que parece estar imperando
entre as nações seja afastado e o amor de Jesus possa reinar entre os povos e
em nosso povo também, tanto quanto em nossos corações. Creio que não poderia
fazer um voto melhor.”(Votos natalinos manifestados, em 1984, durante a visita
de Chico a Colônia Santa Marta, em Goiânia, GO, entidade que cuida de
portadores da hanseníase, extraído do livro Chico Xavier, mediunidade e coração, de Carlos Bacelli.)
“Caro amigo, do que posso saber, até hoje, creio que a
melhor forma de servirmos a Jesus será viver, na prática, o ensinamento que Ele
próprio nos deu: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (De uma entrevista
dada a Bacelli.)
“Tenho aprendido com os Benfeitores Espirituais que a paz é
a doação que podemos oferecer aos outros sem tê-la para nós mesmos. Isto é,
será sempre importante renunciar, de boa vontade, a vantagens que nos favoreceriam,
em favor daqueles que nos cercam. Em razão disso, seríamos todos nós, artífices
da paz, começando a garanti-la por dentro de nossas próprias casas e dos grupos
sociais aos quais pertencemos.” (Da mesma entrevista.)
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