O homem é constituído de três
partes elementares: alma, ou espírito, corpo material e perispírito.
Perguntou mestre Allan Kardec aos
Espíritos Superiores:
93. O Espírito propriamente dito vive a descoberto ou, como pretendem alguns, envolvido por alguma substância?, perguntou mestre Allan Kardec aos Espíritos Superiores.
— O Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser, foi a resposta dos sublimes Instrutores.
Daí, mestre Kardec tirar por conclusão: “Como a semente de
um fruto é envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido
de um envoltório que, por comparação, para que ele possa elevar-se na atmosfera
e transportar-se para onde quiser”. (O Livro dos Espíritos, referente
`resposta da citada questão 93.)
Espírito, perispírito e corpo material
Exemplo de um Espírito
visível
perispírito
autêntica
|
Perispírito, do grego, peri e do
latim spiritus, quer dizer: invólucro fluídico, ou vaporoso,
quintessenciado, semimaterial, curiosa roupagem sutil do Espírito, maleável,
suscetível de se expandir. Participa ao mesmo tempo da eletricidade, do fluido
magnético e da matéria inerte. A Consciência o extrai do fluido cósmico
universal de cada globo onde ela se submete às diversas experiências reencarnatórias
junto a criaturas da mesma natureza.
Em O
Livro dos Médiuns, capítulo 1.º, item 54, mestre Kardec disse ser o
homem constituído de três partes elementares: alma, ou espírito, corpo material
e perispírito. Na condição de Espíritos revestidos ou não de um corpo físico,
somos o Princípio Inteligente por causa do senso moral em nós arraigado. A
substância física, estrutura adequada às necessidade das manifestações da raça
humana, é a vestimenta do Espírito, grosseira, frágil, servindo-nos
temporariamente de meio para que se cumpram os desígnios providenciais. Já o
perispírito, invólucro fluídico, como já o dissemos, é matéria em parte,
todavia, menos grosseiro que o corpo físico, servindo de ligação entre o
espírito e a substância física opaca.
O perispírito, de natureza etérea, diáfana, é dotado de uma
sutilidade, por assim dizer, aeriforme. No caso da morte, ou cessamento de
funções orgânicas por diversas causas, por algum acidente, algum sinistro, o
Espírito abandona o envoltório mais denso, sujeito à cadaverização, juntamente
com o referido envoltório menos denso. Com o seu corpo-matriz, o Espírito se
desprende e segue adiante eternidade afora até depurá-lo.
Assim, se eventualmente você sonhou ou se efetivamente
deparou com alguém querido, com um amigo ou um colega que já não pertençam mais
a este mundo, ou com alguma pessoa estranha, viu em verdade um Espírito. Ainda
que entrevisto, esse alguém pôde ser vislumbrado em consequência do seu corpo
perispirítico, aparentando o que era antes do desencarne, ou morte. Jesus, por
exemplo, ao se mostrar a amigos, a seguidores, depois do lamentável episódio do
Gólgota, reconheceram-No por causa da quintessenciada vestimenta; Elias e
Moisés foram identificados, durante o que ocorreu no Monte Tabor, por causa da
referida configuração (Lucas 9:29 e 30).
Não é o próprio homem
Finalizando, que fique aqui bem claro: o perispírito,
sozinho, não é o próprio Homem; perispírito não pensa assim como o corpo
físico, tampouco o cérebro. Em outras palavras, perispírito é para o Espírito o
que o corpo é para o perispírito. O corpo denso é como se fosse uma cópia
xerocada do perispírito, por isso denominei-o corpo-matriz, e, diga-se a
propósito, o Apóstolo Paulo intitulou perispírito de “corpo celestial” (I Coríntios
14:40). Veja, o que é o homem senão o próprio corpo físico? Ao afirmar: “aos homens
está ordenado a morrer uma só vez” (Epístola aos Hebreus 9: 27), o admirável
Apóstolo dos Gentios não se referiu ao que muita gente pensa... É claro que o
homem só vive uma vez, mas não o Espírito que lhe deu fisionomia, um tipo
constitucional. O Espírito é tão verdadeiro, tão eterno quanto Aquele que, em
essência, o criou desde toda a eternidade.
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