Davilson Silva-
Não há sofrimento neste mundo que se compare à dor da
despedida de um ente querido que se desvaneceu na densa névoa da
morte... Atônito, o coração experimenta doloroso revés ante o afeto
calado, em indescritível taciturnidade. Para muitos, é um adeus sem
esperança e sem promessa, um pranto incontrolável...
Quando uma mãezinha ou um paizinho amoroso, ou um esposo
amigo, leal, ou uma esposa companheira e dedicada parte, tudo cessa; na alma,
há como que imenso e triste vazio, interrompidas parecem as horas. Quem poderá
avaliar o sofrimento materno diante da lividez cadavérica de um filhinho
adorado, hirto e gélido, em repouso num ataúde?
No entanto o que consideram morte não passa de mudança de
estado da Consciência imperecível que sobrevive à decomposição em uma
sepultura ou às cinzas do forno crematório. Se alguém que ama já
partiu ou está na iminência de partir pelo efeito da morte, saiba que esse
afeto jamais sumirá ou será definitivamente separado de você segundo apregoam
os interessados em manter esse logro absurdo; assim, em vez de adeus, diga até
breve: mais hoje, mais amanhã, você poderá reencontrá-lo e comprovar o que
estamos dizendo. Duvida?! Meu Deus! Quantos já não adquiriram esta certeza?!
Sinta saudade, chore sim a ausência do seu ente amado, mas
sem o choro da revolta, do inconformismo. Outra coisa: não pense em desistir da
vida através do suicídio direto ou indireto — é tolice... Se
realmente o ama, continue amando-o e siga vivendo. Quem traspassa a faixa do
sepulcro jamais deixa de pensar, relembrar, sentir e chorar, sobretudo, se lhe
ouve o pranto descabido; não lhe aumente o sofrimento, deixe-o regressar à
lídima e verdadeira pátria, a Pátria Espiritual, a que, um dia, a
ela você retornará.
Nesse caso, pense no ente querido com ternura, recorde-lhe
os momentos de alegria, de carinho, deseje-lhe paz e prosperidade íntima, e
ele, mais que nunca, saberá retribuir benéfica
e agradavelmente o eflúvio brando do amor que você oferece. Peça a
Deus pelo seu progresso, seja ele um familiar, um amigo ou qualquer outra
pessoa que tenha sido objeto de sua afeição durante a convivência
terrena.
No comments :
Post a Comment