As difíceis crises generalizadas da síndrome do pânico têm acometido
muitos em quase todos os lugares do globo, homens e mulheres, idosos e jovens
já as sofreram.
Homens e mulheres dos grandes
centros urbanos não
se sentem felizes.
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Chamam civilização toda sociedade resultante de tal processo,
ou o conjunto de suas conquistas, em especial, aquelas distintas por certo
estágio de desenvolvimento. O que caracteriza uma sociedade civilizada é o seu
progresso tecnológico, econômico e intelectual, suas realizações materiais
elaboradas coletiva e individualmente em diversos níveis de cargo, segundo
modelo das sociedades ocidentais modernas. A despeito das vantagens da vida
moderna, homens e mulheres dos grandes centros urbanos não vivem lá muito
felizes, ao se depararem com súbitos empecilhos que lhes infelicitam a vida.
Nesse caso, os filhos das urbes têm de reduplicar suas
forças. Em meio à competitividade globalizada que as novas tecnologias de
comunicação e de processamento de dados tornaram a luta pelos meios de subsistência
mais acerba, todo o cuidado é pouco. Angústias profissionais, problemas
familiares e outros distúrbios particulares ou coletivos causam a sensação de
desamparo e receio, como os dos últimos nefastos incidentes de vandalismo, de
brigas de torcidas organizadas, da onda de assaltos com mortes e outras
tragédias.
Norte-americanos, europeus e orientais próximos vivem
aturdidos, desconfiados, revoltados, com medo de súbitas ações de
franco-atiradores, de terroristas. Em nosso país, permanece o clima de
insegurança — o brasileiro não sofre a ação sistemática de terroristas
políticos; mas, sofre com o terror de traficantes de drogas, enfim, da
violência urbana generalizada.
Sensação de impotência, pessimismo
O Grito, Edvard Münch (1863/1944), óleo sobre
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Entendamos aqui por “lado mais fraco” o organismo físico. Como
resultado dos abalos sociais e de toda a agitação, surge a ardência ou aperto
no peito, o transpirar frio e abundante, a taquicardia, a palidez no rosto, o
medo da morte ou de enlouquecer de vez — sinais vistos em milhões de pessoas.
São, segundo os médicos, sintomas da “síndrome do pânico”, o “mal dos tempos”,
ou “da vida moderna”. Há quem busque nas substâncias tóxicas um estado psíquico
capaz de lhe assegurar uma melhora; mas tudo não passará de mero equívoco;
pioram as crises.
As difíceis crises generalizadas da síndrome do pânico têm acometido
muitos em quase todos os lugares do globo, homens e mulheres, idosos e jovens
já as sofreram. Essa doença afeta de 1,5% a 2% das pessoas, conforme o médico
Antonio Egidio Nardi, professor adjunto do Instituto de Psiquiatria da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.¹ Ainda
por cima as pessoas acabam por desenvolver certas fobias: de avião, de
elevador, de multidão, de congestionamento de trânsito, etc., por isso, o
acúmulo de atendidos em clínicas de emergência. Aliás, os médicos perceberam
agora que o medo mórbido, a ânsia, a depressão, no fundo, resumem-se em coisas
da alma...
Terapia cognitiva comportamental
No conceito de alguns renomados psiquiatras, o que eles
denominam “terapia cognitiva comportamental” pode curar tais transtornos. Essa
prática consiste também no emprego de medicamentos antidepressivos tricíclicos,
benzodiazepínicos e os IRSS (antidepressivos inibidores seletivos da recaptação
da serotonina). A terapia cognitiva comportamental expõe o paciente a situações
de estresse e, com o tempo, ele pode aprender a lidar com estas e até adquirir
autodomínio, dependendo do caso, com o suporte dos tais medicamentos.
O diretor do Programa de Tratamento de Diagnóstico Duplo do
Centro Médico de Harbor, na Universidade da Califórnia, EUA, John Tsuang, crê
no bom êxito da terapia cognitiva comportamental. Embora outros médicos a
subestimem, Tsuang põe confiança nesse método. “Ainda não sabemos ao certo como
funcionaria; porém, sabemos que a mente pode ser bem forte na correção de
comportamentos”, disse isso em outubro de 2004, durante conferência no
Congresso Brasileiro de Psiquiatria, em Salvador, BA.
Sob tal ponto de vista, concordamos com o diretor, uma vez
que, nós, espíritas, sabemos acerca da importância da mente. De fato, ela é
capaz de admiráveis casos; porém, esta tanto pode se aviltar sem cogitar do
balanço moral da consciência, como pode se engrandecer espiritualmente através
das dificuldades, superando ou resolvendo um problema de difícil resolução.
Que diz o Evangelho
O Evangelho segundo o Espiritismo diz que, no
transcorrer de nossas existências físicas, acontece uma série de dissabores,
cujas causas se encontram em nós mesmos, de acordo com nosso mau procedimento e
excessos de toda a sorte. “O homem é, assim, num grande número de casos, o
autor de seus próprios infortúnios”, afirmou Allan Kardec em sua exposição
escrita.²
Quer dizer, o homem não conhecerá mais que a aflição, se
estacionar nas ideias obscuras da exterioridade, por isso a doença, para ele,
ilógica. Escreveu o notável filósofo espírita, Léon Denis: “O homem só é
grande, só tem valor pelo seu pensamento”.³ Pensamentos de
ansiedade, de insegurança e de malogro na maneira de proceder na alegria ou na
dor e todo o conjunto de problemas atinentes a desequilíbrios são sintomas
doentios da alma.
Alguns chegam mesmo a cometer suicídio, nos EUA e em outros países ditos de primeiro mundo. Pensam em não continuar sofrendo, com “medo de morrer” ou de ficar loucos por causa de traumas causados pelo pânico, disse Bruce. O trabalho de psiquiatras brasileiros e estrangeiros é digno de todo o nosso respeito. Segundo os médicos preocupados em dar combate a esse sofrimento de ricos e pobres, o fundamental é o equilíbrio, além de exercícios, de uma dieta saudável, de alguma ocupação interessante, de atividades lúdicas.
Alguns chegam mesmo a cometer suicídio, nos EUA e em outros países ditos de primeiro mundo. Pensam em não continuar sofrendo, com “medo de morrer” ou de ficar loucos por causa de traumas causados pelo pânico, disse Bruce. O trabalho de psiquiatras brasileiros e estrangeiros é digno de todo o nosso respeito. Segundo os médicos preocupados em dar combate a esse sofrimento de ricos e pobres, o fundamental é o equilíbrio, além de exercícios, de uma dieta saudável, de alguma ocupação interessante, de atividades lúdicas.
E nós, por nossa vez, acrescentamos que, independente da
terapia cognitiva, de exercícios e dietas saudáveis, de crença religiosa e de
qualquer modo de pensar, todos somos filhos de um mesmo Pai, que é Deus, e Ele
nos criou para que sejamos saudáveis, sobretudo, felizes. Em meio à aflição,
procuremos jeito de ocorrer um famoso salmo: “O Senhor é meu pastor e nada me
faltará,4 principalmente
você, caro leitor ou cara leitora, se “por acaso” lê estas linhas, estando
angustiadamente inseguro(a), ansioso(a), com a autoestima em baixa por causa de
algum dos mencionados sintomas.
Quanto a você, meu irmão ou minha irmã de fé espírita, oremos,
vigiemos sem cessar (não o próximo, e sim nós mesmos!) conforme solicita nosso
querido Mestre Jesus, o Médico dos Médicos. Espírita de verdade, conhecedor da
sua Doutrina, não sente depressão nem teme coisa alguma porque, antes de tudo,
confia plenamente (e sabe como ninguém por que confia) em Jesus, em Deus e na
salutar influência dos bondosos Espíritos executores da Sua vontade.
Por último, reflitamos sobre importante receita do Espírito
Emmanuel pela incomparável mediunidade psicográfica do bondoso e saudoso médium
Francisco Cândido Xavier:
Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai
Celestial porque o Divino Amor cogita do bem-estar de todos nós. Justo é
desejar firmemente a vitória da luz, buscar a paz com perseverança,
disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por
sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade
precede sempre a ação de cair.5
__________________________________________________
1Ramalho, Cristina. Mal dos tempos.
In: Diálogo médico. Ano 31, nº 1. São Paulo: Editora Livre,
fevereiro/janeiro de 2005, página 54.
2KARDEC, Allan. O
evangelho segundo o espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed . S.
Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 5º, item 4, p. 102.
3DENIS, León. O
problema do ser , do destino e da dor . 15. ed . Rio: Federação Espírita
Brasileira (FEB), 1989. Cap. 24, p. 355.
4ALMEIDA, Tradução de
João Ferreira de. A bíblia sagrada . 100.000. ed . Rio: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1960. Capítulo 23, versículo de 1 a 6, p. 576.
5XAVIER, Francisco
C. Pão nosso . Pelo Espírito Emmanuel. 10. ed . Rio de Janeiro:
Federação Espírita Brasileira (FEB), 1984. Tema 8, p. 27.
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