Na pré-história, era muito comum a adoração a entidades femininas,
associando-as à fertilidade, de um modo geral, sobretudo, à generosidade
materna.
A Vênus de
Willendorf, ou Mulher de Willendorf, do Paleolítico
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Essa
personificação vem de tempos remotos. Na pré-história costumavam adorar
entidades femininas, associando-as à fertilidade de um modo geral, sobretudo, à
generosidade materna. Essa imagem, adotada depois na Grécia Antiga,
popularizou-se na Idade Média. Além de corresponder àqueles atributos, às
vezes, Natureza quer dar a entender o próprio Criador; provavelmente, essa
ideia tenha partido do predomínio das religiões patriarcais.
A palavra
Natureza, em latim, natura, significa nascimento. Em inglês, desde
1662, deram sentido de plenitude ou totalidade dos fenômenos do mundo. Os
filósofos pré-socráticos foram os que, concebendo-a abstraída do conjunto
fenomênico do planeta, convencionaram denominá-la physis. Esse
conceito, desde séculos, tem relação com o âmbito físico como um todo e é o
mais recente.
Ísis, deusa do Antigo Egito, que representa a Luae,
é também protetora da Natureza, zeladora da ecologia.
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Outros conceitos de Natureza
Ao se
empregar essa palavra, pode-se também entendê-la por uma variedade de seres
vivos e, em alguns casos, processos de certos agentes em suas manifestações
espontâneas e mutáveis como as condições meteorológicas, geológicas, a matéria
e a energia. Consideram-se “entorno natural”: animais selvagens, rochas,
bosques, praias e todos os elementos que não tenham sofrido alteração nenhuma
pelo homem.
As Horas, deusas gregas dos anos, das estações
climáticas e da ordem natural referente à Natureza
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Em que
consistem tais efeitos, senão nas forças geradas por uma causa poderosa e
inteligente cuja previdência, sabedoria e harmonia é por demais manifesta?
Basta só querer, de boa vontade, lançar o olhar no imenso agrupamento natural
para ver que ele não se fez por si só. Toda manifestação de vida dos seres
animados e inanimados, constituintes dessa força atuante, provém da Infinita
Sabedoria Criadora.
O nada jamais gerou coisa alguma.
A Natureza é
produto gerado pela soberana Força Divina.
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Nenhum sábio do mundo antigo ou moderno, especialmente nenhum
profeta dos tempos bíblicos, enfim, ninguém, em tempo algum, foi capaz de
partir de tão categórica e genial premissa como esta de autoria de mestre Allan
Kardec: “O Universo existe, tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de
Deus seria negar que todo efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer
alguma coisa”.¹
É isso aí!
Deus é causa; a Natureza, efeito, e o nada jamais pôde ou poderá fazer algo
como o Universo. Por isso, Deus tem de existir! Ora! Se nós não existíssemos,
nunca tomaríamos conhecimento de tudo o que há ao nosso redor. Tudo o que
existe não pode ter sido obra do acaso: a Terra, os diversos planetas do nosso Sistema
Solar e os milhões de trilhões de sóis. Daí se tirar, por consequência, a
participação de um Deus-Causa de todo o Organismo Cósmico.
Contudo, ainda refuta a descrença obstinada: “Ora, mas onde está esse Deus que não vejo?!” Resposta do mestre francês:
Contudo, ainda refuta a descrença obstinada: “Ora, mas onde está esse Deus que não vejo?!” Resposta do mestre francês:
A existência do relógio atesta a existência do
relojoeiro ; a engenhosidade do mecanismo atesta a inteligência e o saber do
relojoeiro . Quando um relógio vos dá, no momento necessário, a indicação da
qual temos necessidade, algum dia terá vindo, ao pensamento de alguém, dizer:
"Aí está um relógio bem inteligente?’ Assim é com o mecanismo do Universo:
Deus não se mostra, mas afirma-se mediante suas obras."²
Portanto,
o que entendemos por Natureza nada mais é que uma expressão a dar sentido de
uma força atuante em todos os reinos, unida ao conjunto cósmico-universal. Ela
indica uma causa, um ponto de partida. Por esse motivo, o procedimento de
qualquer estrutura disposta das forças naturais resume-se apenas em efeitos
materiais e mecânicos postos em funcionamento, distribuídos adequadamente às
necessidades de cada coisa, com maestria e esmero por quem opera o
incomensurável conglomerado Conjunto Cósmico: a suprema inteligência, causa
primeira de todas as coisas — Deus, o nosso Pai, que é todo poder e bondade.
__________________________________________________
1KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos. Tradução de Herculano Pires. 62. Ed. São Paulo:
Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 1.o,
questão 4, página 55.
2__________.A Gênese.
Tradução de Herculano Pires. 20. ed. São Paulo: Lake —Livraria Allan
Kardec Editora, 2001. Cap. 2.o,
it. 6, p. 45.
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