A grande maioria ignora as qualidades de Jesus como modelo de trabalhador responsável e devotado, ao pensar que Ele só pregava, fazia milagres e predições.
E por falar em família... Em singelo grupo consanguíneo de um
pequeno burgo da Palestina, um nazareno projetou-se como a maior luz descida à
Terra. A grande maioria ignora as qualidades de Jesus como modelo de
trabalhador responsável e devotado, ao pensar que Ele só pregava, fazia
milagres e predições. Sim, Jesus Cristo também trabalhou para sobreviver e
manter a família, pois cônscio de o trabalho ser uma lei, colocou-a em prática.¹ Ao
contrário dos que “vivem” da fé, das coisas sagradas, Jesus e os apóstolos
nunca fizeram de sua crença um ofício e jamais motivo de lobby para fins
políticos, almejando o poder temporal ou algum tipo de prerrogativa.
Não mercantilizavam a fé
Os primeiros e genuínos seguidores de Cristo de maneira
nenhuma consideravam seu ministério de amor um comércio, e a fé, um balcão de
negócios. Os discípulos, depois apóstolos, direta ou indiretamente, não
estipulavam preço ao bem que faziam ao próximo nem garantiam vida fácil,
tampouco felicidade mediante dízimo e outras formas de recompensa por saberem
que “bem-aventurança” só se constrói à custa de muito esforço e dignidade,
sobretudo, porque estamos em um mundo para educar os sentimentos e
espiritualizar a inteligência.
Os legítimos representantes de Cristo “fazem do trabalho
expressão de dignificação, tornam-se ‘escravos do senhor’ e servos de todos,
oferecendo o labor das próprias mãos para subsistência orgânica enquanto se
‘afadigam’ na sementeira da luz”, conforme o Espírito Joanna de Ângelis,²
Quanto ao Espiritismo, as casas espíritas não estipulam preço
pelos serviços que prestam aos necessitados do corpo e da alma. Os espíritas
sinceros trabalham com alegria para Jesus sem esperar nenhum tipo de
retribuição; dirigentes, cooperadores e médiuns nunca se preocupam com
pagamentos e lauréis; prezam mais o louvor de Deus que o dos homens, e têm mais
fé nAquele que nestes, dando mais valor à vida futura que à presente.³
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1Jesus não só teria exercido a profissão de
carpinteiro como a de pedreiro e serralheiro. O Evangelho segundo São
Marcos, na versão da Igreja Grega, talvez a mais exata de que se tem
conhecimento, empregou o termo tékton, que
significa tais profissões, ao se referir às atividades profissionais do Mestre
Nazareno.
2FRANCO, Divaldo Pereira. Estudos
espíritas (pelo Espírito Joanna de Ângelis). ed . Rio de Janeiro:
Federação Espírita Brasileira (FEB), 1982. Cap. 11, p. 96.
3KARDEC, Allan. O Evangelho segundo
o Espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed . São Paulo: Lake — Livraria
Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 13, item 3, p. 169.
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