A infelicidade de alguém começa da antipatia para o ódio,
do ódio para uma enfermidade.
E se realmente não existissem doença alguma?... O orgulho e o personalismo
humano atingiriam um grau tão extraordinariamente intenso que, de há muito, o
planeta já teria sido detonado.
Há quem diga que o Espiritismo enaltece as doenças, a dor.
Famosa médium “espiritualista”, autora de vários romances psicografados,
afirmou que espíritas gostam de supervalorizar sofrimentos, quando de uma
entrevista em uma emissora de TV. Se essa pessoa conhecesse mesmo a Doutrina
Espírita, saberia que toda experiência associada com dor e infelicidade neste
mundo diz respeito a uma reforma moral. Diria que a doutrina dos Espíritos não
vende direta ou indiretamente concessões ou vantagens terrenas, tampouco
“salvação” de suposta infelicidade eterna porque “felicidade” se conquista com
o custoso trabalho de melhora íntima. Os Benfeitores Espirituais nos ajudam
inspirando-nos resignação como consenso do coração, se não podemos evitar a
dor, sem ter nada a ver com conformismo religioso.
Causa e efeito
O estado mórbido de uma mente viciosa é o que provoca
enfermidades. Em geral, falta de saúde significa aviso da natureza com o
propósito de conterem um processo de autodestruição. Isso é o que faz se dar
importância à saúde do corpo físico, o mais sublime dos santuários e uma das
supermaravilhas da Obra Divina. Se não ouvimos esse aviso, podemos nos submeter
às mais desagradáveis sensações, transformando a nossa existência em verdadeiro
inferno.
Revoltas e atos de violência tendem a gerar infortúnios. A
infelicidade da criatura humana pode principiar da antipatia para o ódio, do
ódio para uma enfermidade. As enfermidades não acontecem por acaso: são
consequências de maus pensamentos e sentimentos que acabam atingindo o
organismo, provocados pelo ódio por alguém, por desejos de vingança, acarretando para si sérios transtornos.
Há um princípio possuidor de vontade livre, imperecível, o Espírito, que, encarnado, dá vida, movimento e expressão ao aspecto corpóreo denso. O Espírito encarnado exprime um sentimento através de gestos, da voz, de uma fisionomia. No caso, trata-se do único responsável pelo conjunto dos seus atributos morais peculiares que partem da própria consciência. Repulsa, ódio, rancor podem enfraquecer as defesas do organismo, sobretudo, ao se pensar em vingança.
Há um princípio possuidor de vontade livre, imperecível, o Espírito, que, encarnado, dá vida, movimento e expressão ao aspecto corpóreo denso. O Espírito encarnado exprime um sentimento através de gestos, da voz, de uma fisionomia. No caso, trata-se do único responsável pelo conjunto dos seus atributos morais peculiares que partem da própria consciência. Repulsa, ódio, rancor podem enfraquecer as defesas do organismo, sobretudo, ao se pensar em vingança.
Se desejamos a desgraça de fulano, ou fulana, logo, desejamos
a própria desgraça. Afora dar espaço ao mal, envenenamos o coração com dosagens
aniquiladoras. Se não perdoamos sinceramente, infligimos pena a nós próprios,
sujeitos a uma intranquilidade capaz de nos conduzir a profunda angústia
suscetível de até obtermos tumores malignos ou alguma úlcera e outros processos
inflamatórios, além de possíveis distúrbios psíquico-obsessivos.
Por falar em distúrbios psíquico-obsessivos, acrescentemos
mais um pouco. No instante em que exageramos um sintoma de determinada moléstia
ou de um simples achaque, a fim de comover os mais próximos (há quem adore
supervalorizar uma doença!), causamos também problemas às células, às
gamaglobulinas, existentes no plasma ou no soro sanguíneo. A mente é notável
fonte criadora que concretiza nossos desejos, modelando certos estados
patológicos sem eficácia do medicamento.
Ao nos deixarmos levar por melindres, rancores, congelando-os,
indignados com tudo e com todos, seguimos cega e celeremente em direção a um
lamentável e triste precipício. Os sentimentos menos dignos nos impedem de
pressentir um abismo de desventuras.
Comparemos os nossos permanentes interesses mesquinhos,
desprezíveis, a uma venda... Ela nos impede de ver provável situação que nos
imobilizará as energias. No entanto, as amarguras da existência por causa dos
prejuízos à cadeia harmoniosa do progresso assemelham-se a asas dadas à Alma;
elas a ajudam a se desprender e a elevar o pensamento às alturas.
Não aceitam
É difícil aceitarem a Dor, até mesmo a maioria dos
espiritualistas não a encara com tranquilidade. Ao contrário de como o Espiritismo
vê as doenças, esmagadora maioria somente lhes alcança os resultados, e não os
motivos. Muitos choram, desanimam revoltosos, presos ao leito, e à medida que
uma multidão deplora insubmissa os golpes da sorte, outra multidão, a dos
Benfeitores Celestiais, dá-lhe alento.
Atentemos nestes conceitos formados pelo Espírito Emmanuel: “A
maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das dores,
mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir calmamente pelas
estradas claras do amor”¹ Também
de Emmanuel: “Não basta sofrer simplesmente para ascender à gloria espiritual,
indispensável é saber sofrer extraindo as bênçãos de luz que a dor oferece ao
coração sequioso de paz”.²
Jesus de Nazaré não desejou somente curar corpos enfermos. A
ideia era a cura de coxos do pensamento, de aniquilados do sentimento, de cegos
da luz espiritual. Os bons Espíritos, os Espíritos superiores esforçam-se por
nos esclarecer acerca do verdadeiro sentido das “bem-aventuranças”.5 Só
quem busca de verdade o autoconhecimento e faz com que se melhore será de modo
absoluto bem mais ditoso que aquele que só visa à própria felicidade em
prejuízo da felicidade dos outros; sofrerá tremenda decepção na câmara escura dos
estágios probatórios.
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1XAVIER, Francisco C. Pão nosso . Pelo Espírito
Emmanuel. 10. ed . Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira (FEB), 1984.
Tema 39, página 89.
2_____ . Vinha de luz . Pelo Espírito Emmanuel. 7.
ed . Rio: FEB, 1983. T. 80, p. 178.
3KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo.
Tradução Herculano Pires. 62. ed . São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec
Editora, 2001. Capítulo 5º, item 26, p. 92.
4_____ . _____ . Cap. 17, it. 11, p. 232.
5_____ . _____ . Cap. 5. o , it. 1, p. 73.
5_____ . _____ . Cap. 5
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