Com base em nosso Sistema Solar e
demais sistemas disseminados infinito afora através de bilhões e bilhões de
universos-ilhas, o homem visou aprofundar-se na tentativa de descobrir origem e
propriedades desses incontáveis sistemas estelares.
Perguntou mestre Allan Kardec aos Emissários Divinos sobre o conhecimento do princípio das coisas:
É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
— Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo, responderam eles.
— Penetrará o homem, um dia, o mistério das coisas que lhe estão ocultas?, insistiu Kardec.
— O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui, redarguiram os Luminares Eternos.
— Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?, prosseguiu o mestre lionês.
— A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu, categoricamente responderam os Excelsos Instrutores. (O Livro dos Espíritos, questões 17, 18 e 19.)
Comentou mestre
Kardec, “o bom senso encarnado”, segundo respeitável astrônomo de sua época,
Camille Flammarion, que desde a vez em que o homem pensou em penetrar os
“mistérios divinos”, por orgulho ou por fraqueza, a sua inteligência vem
tornando-o joguete da ilusão.
Em vez de ele se curvar ante o poder e sabedoria do
Criador, a fim de melhor dar-se conta do que visa, tem acumulado sistemas e
mais sistemas, até esdrúxulos, e as afirmativas caem por terra. Quantos
equívocos através da sucessão dos séculos! Quantas surpresas, e que malogro os
princípios admitidos como certos, ao repelir verdades legítimas!
A
propósito em A Gênese,
capítulo 6.o, itens 14 e 15, vejamos então este lindo texto do
insigne Codificador do Espiritismo:
(...) O Universo,
nascido do eterno, remonta aos períodos inimagináveis do infinito de duração,
ao Fiat luz, do início! O começo absoluto das
coisas remonta , pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da
existência constituem a ordem da criação perpétua.
Que mortal
poderia dizer das magnificências desconhecidas e soberbamente veladas sob a
noite das idades que se desdobraram nesses tempos antigos, em que nenhuma das maravilhas
do Universo atual existia; nessa época primitiva em que, tendo-se feito ouvir a
voz do Senhor, os materiais que no futuro haviam de agregar-se por si mesmos e
simetricamente, para formar o templo da Natureza, se encontraram de súbito no
seio dos vácuos infinitos; quanto a esta voz misteriosa, que cada criatura
venera e acarinha como se fosse a de uma mãe, notas harmoniosamente variadas se
produziram para irem vibrar juntas e modular o concerto dos vastos céus!
E dizemos nós: utopias fabulosas, princípios quiméricos,
alguns até infantis lançados como sendo representações seguras e incontestes,
nunca faltaram. Com base em nosso Sistema Solar e demais sistemas disseminados
infinito afora através de bilhões e bilhões de universos-ilhas, o homem visou
aprofundar-se na tentativa de descobrir origem e propriedades desses
incontáveis sistemas estelares.
Aparentemente separados no espaço cósmico, com bilhões de
estrelas, poeiras e gases mantidos agrupados pela gravidade, acreditava-se
serem os planetas efeitos de fortuitas e recíprocas colisões. Mas, veja, tal
afirmativa mudou. Com o perpassar dos anos, chegou-se a esta: o nosso Sol e
demais astros não resultam de choques violentos, profundos, e sim da “contração
gravitacional”.
O fato é que os sábios, aqueles que veem as coisas só por
um determinado ângulo, o da matéria, cada vez mais seus cálculos e caprichosos
argumentos continuarão a lhes render desenganos. A ideia segundo a qual o
Universo irá se extinguir e dele apenas restar um desmedido buraco
negro e outros conceitos mirabolantes, é uma delas. Cientistas devem sim
estudar aprofundadamente a constituição do Universo. Mas, ainda que
miniaturando-o com base na estrutura de um átomo, vão ter de admitir esta
realidade: Deus!, se não quiserem sofrer “outras tantas decepções para o seu
orgulho”, as de que mencionou mestre Kardec em seu comentário na pergunta 19
de O Livro dos Espíritos.
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