Jesus visou à moralização do
homem sem reclamar para Si privilégios, sem ordenar “guerras santas” a pretexto
de subjugar aqueles que não aceitassem Suas ideias, que não Lhe conferissem
honras, e tudo começou numa noite de certa estrela...
A Adoração dos Magos, tela de Gerard David (cerca de 1450/1523)
|
Cristo
veio repetir sumariamente de forma mais elevada tudo o que foi transmitido
antes dEle junto ao imenso rebanho terreno, os filhos, que se desviaram do amor
e sabedoria do Pai Celestial. Por esse motivo, Ele resumiu a lei proposta nos
dez mandamentos em uma única regra: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a si mesmo". Sim, no fundo, o verdadeiro escopo de Sua missão
entre nós não poderia ter sido outro.
Transportou-Se
até nós para atender às nossas necessidades evolutivas e reeditar o amor de
Deus por Seus filhos da Terra, embasado naquela síntese amorosa. Ele é o modelo
de perfeição a Quem devemos seguir, o representante desse amor que recomenda,
acima de tudo, a prática da benevolência com o próximo. Quis Jesus exprimir que
aquele que ama o seu próximo como a si mesmo cumpre todos os outros nove itens
do decálogo. Ele demonstrou efetivamente como se faz, desvelando o panorama da
vida eterna com a Sua incomparável pedagogia.
Prescritos
os meios pelos quais alcançaríamos os páramos da mais alta espiritualidade,
Cristo tentou abrir as picadas sinuosas de nossa ignorância espiritual, de nós,
o grande número dos distantes do “caminho do bem”, as Almas, ou Espíritos
encarnados. Jesus visou à moralização do homem sem reclamar para Si
privilégios, sem ordenar “guerras santas” a pretexto de subjugar aqueles que
não aceitassem Suas ideias, que não Lhe conferissem honras, e tudo começou numa
noite de certa estrela...
Nova
era de grandes lições
A
maravilhosa claridade de um astro vaticinou o início de uma nova era de grandes
lições que se irradiariam quais raios solares de manhã auspiciosa. Da paz de
humílima manjedoura, passando pela exemplificação do trabalho probo em favor da
subsistência doméstica, o Sublime Peregrino alcançou alguns rudes pescadores de
inexpressiva aldeota, margeada por um lago; em seguida, estes se tornariam Seus
amigos diletos e discípulos.
O primeiro encontro
de Jesus com aqueles que mais tarde seriam
|
Uns
permanecerão aclamando-O “redentor”, enquanto outros falarão apenas de uma mera
personalidade humana. De fato Jesus foi mesmo uma pessoa simples, oriundo de
inexpressivo burgo da Palestina, sem amigos e parentes de prestígio, seja no
clero de Sua época, seja na Roma dos césares imponentes. Para a materialidade,
um herói inglório que teve como fado um madeiro infamante e uma coroa de espinhos;
para a espiritualidade, um herói divino...
Nenhum
pensamento como o deste Herói foi capaz de resumir tamanho otimismo, de
suscitar-nos o poder da fé, não essa fé imposta pelo dogma do terror do “fogo
do Inferno”, mas a da confiança absoluta em nós mesmos. Essa fé é aquela que
recobra e autoestima, ou reconhece Deus em nós, e lança mão de nossas potências
capazes de “remover montanha”; entenda-se por “montanha” a má vontade, os
preconceitos e tudo que for contrário às boas normas da conduta individual e
coletiva.
A
Maioria não compreende
A maioria
de nós não compreendeu ainda o real valor e a dimensão do puro pensamento de
Jesus como roteiro indelével. Aos homens a quem falava, Jesus expressava-Se com
simplicidade; em se tratando dos próprios discípulos, Ele Se aprofundava um
pouco mais. Porém, nem mesmo estes últimos conseguiram captar o fundo de Suas
ideias, o caráter estritamente espiritual de Seu magistério, muito embora o
povo já estivesse apto a compreender o intuito de se adorar a um só Deus.
Poucos dos que Lhe ouviram as sublimadas explicações, os esclarecimentos úteis
e indispensáveis à educação da alma, puderam absolutamente entendê-Lo.
Remetendo-nos
ao Espírito Emmanuel pela psicografia de Chico Xavier: “Os filósofos e amigos
ilustres da Humanidade falaram às criaturas, revelando em si uma luz refratada,
como a do satélite que ilumina as noites terrenas; os apelos desses
embaixadores dignos e esclarecidos são formosos e edificantes, nunca se furtam,
todavia, à mescla de sombra; Cristo trouxe-nos a fonte da verdade positiva, o
Sol que resplandece”.
Principalmente
Jesus veio auxiliar o grande número dos distantes do caminho do Bem, em outras
palavras, Ele desvendou o mistério da felicidade espiritual para alívio do
calvário de nossas dores físicas e morais. Dessa forma, Suas elucidações
concorrem para o bom êxito da nobreza moral e intelectual da Humanidade,
sobretudo sob a ciência do Consolador, porque esta a desenvolve e dá maior
força. Cristo veio ao mundo em caráter muito especial, sem nenhum interesse
próprio, sem exigir nada. Em tempo algum, teve Ele preferência por essa ou por
aquela religião ou por aquela seita do Seu tempo e, aliás, Ele não criou
religião nem seita alguma, tampouco sequer insinuou que Seus seguidores seriam
chamados de “cristãos”, além de prescindir de reconhecimentos e louvores
ostensivos.
Religiosos
das igrejas cristãs aguardam a volta de Jesus, acreditam piamente que Ele
descerá do Céu sobre nuvens, logo em seguida a um sinal, assessorado por anjos
e suas trombetas para reunir os escolhidos, segundo o evangelista Mateus. E se
eu disser que Cristo já voltou e está entre nós desde 18 de abril de 1857?
Duvida ?... É questão de inteligência e boa vontade: quem tem boca de perguntar,
que pergunte; ouvidos de ouvir, que ouça; olhos de ler, que leia... Estude a
Doutrina Espírita.
No comments :
Post a Comment