Reencarnação, lei divina!

Davilson Silva-

Retire a Lei de Reencarnação do encadeamento qualificativo divino e Deus não passará de um ser volúvel, injusto, tão cruel quanto certos indivíduos cruéis.

A Lei da Reencarnação, Deus naturalmente a criou porque Ele é soberanamente justo e bom; “Deus é o nosso Pai”, asseverava Jesus. E como um pai bondoso e justo que Ele é, deixa sempre a porta aberta aos filhos amados que se desviaram do Caminho do Bem, se estes se arrependem de terem feito coisas erradas, contrárias à Sua Lei de Amor-Caridade.


Se Deus existe, é claro que há de existir a Reencarnação. Esse Deus de que falamos é Aquele mesmo retratado por Jesus: Pai amoroso, justo, piedoso, muitíssimo diferente daquele deus sujeito às imperfeições humanas: enfurecido, vingativo, passível de arrependimentos, chegado a holocaustos, mandante de chacinas, vaidoso, disparatado.

Retire essa Lei do encadeamento qualificativo divino e Deus não passará de um ser volúvel, injusto, tão cruel quanto certos indivíduos cruéis. Fazendo das minhas as palavras do brilhante poeta e dramaturgo inglês Robert Browning, “ousarei dizer que um verme que ama a sua terra é mais divino que um deus sem amor entre seus mundos”, e a propósito, indagou mestre Allan Kardec da Espiritualidade:

166. A Alma que não atingiu a perfeição durante a vida corpórea, como acaba de depurar-se?

— Submetendo-se à prova de uma existência.

166-a. Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?

— Ao se depurar, a Alma sofre sem dúvida uma transformação, mas, para isso, necessita da prova da vida corpórea, explicaram os Espíritos.

166-b. A Alma tem muitas existências corpóreas?

— Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram; esse é o seu desejo.

166-c. Parece resultar desse princípio que, após ter deixado o corpo, a Alma toma outro corpo. É assim que se deve entender? 

— É evidente

167. Qual a finalidade da reencarnação?

— Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?1

Reencarnação e laços de família



E os laços de família? Esses laços se destruiriam pelo efeito da reencarnação? Não! Em absoluto! A ideia da vida única segundo a qual tudo se acaba com a morte ou a que sustenta a impossibilidade de, com a morte, ninguém mais voltar a existir no mundo, estas, sim, destroem os vínculos familiares. Os verdadeiros sentimentos de apego sincero entre as pessoas sobrevivem à morte do corpo; aqueles que se unem apenas pela aparência e sensualidade, por interesses mesquinhos, motivo nenhum têm para tornar-se inquietos na existência incorpórea. As afeições de Alma para Alma, sim, permanecem por toda a eternidade. As pessoas que se unem por interesses meramente materiais desvinculam-se uma das outras: com a morte, aí sim, tudo se acaba com o motivo que as uniu!

Por que uns simpáticos e outros, não

Em toda família, com raríssimas exceções, há sempre algum problema de incompatibilidade. Por exemplo, há pessoas do mesmo grupo consanguíneo que se comportam como rivais implacáveis, hostis, indo ao ponto de um rancor profundo e duradouro. Sobre essa dificuldade, mestre Kardec comentou:

A união e a afeição entre parentes indicam a simpatia anterior que as aproximou. Por isso, diz-se de uma pessoa cujo caráter, cujos gostos e inclinações nada têm de comum com os dos parentes, que ela não pertence à família. Dizendo isso, enuncia-se uma verdade maior do que se pensa. Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos nas famílias, com a dupla finalidade de servirem de provas para uns e de meio de progresso para outros. Os maus se melhoram pouco a pouco, ao contato dos bons e pelas atenções que deles recebem, seu caráter se abranda, seus costumes se depuram, as antipatias desaparecem. É assim que se produz a fusão das diversas categorias de Espíritos, como se faz na Terra entre as raças e os povos.2

A família consanguínea constitui-se na mais importante instituição terrestre. É nessa instituição onde se inicia o reatamento de laços interrompidos. Deus cujas leis são todas soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pelas reencarnações, os Espíritos se reencontram, daí a sublime finalidade dos laços familiares.

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1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução Herculano Pires. 62. Ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 4.o, questão 166 e 167, página 103. 

2KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 4.o, item 199, página 67.

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1 comment :

  1. Hola Dalvison..
    Me gustan todos los testos del blog.
    cuanto nos enseñas.
    en este mundo Espiritual que tanto amamos.
    Tus relatos son muy inportantes, para que en la tierra sepamos balorar los sentimientos y a las personas.
    porque contra más espiritas haya para difundir la palabra de Dios Padre y de nuestro amigo Jesús mas nos enriquecemos de amor y espiritu

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