Sérios e idôneos pesquisadores consideram o fenômeno legítimo e
sugere a colegas que o conheçam a fundo sem ideias preconcebida
João Teixeira de
Freitas, famoso médium de cirurgias espirituais, João de Deus, ou João de Abadiânia
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O médium filipino
Eleutério Terte
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Esse procedimento seguiu inalterado e ainda prevalece nas
grandes ilhas do sul, regiões dos campos de arroz, situadas na área
norte-central de Luzon. A referida crença e prática continuaram ao longo da
primeira metade do século 20, período em que as cirurgias eram mais executadas
por fenômenos de efeitos físicos; em geral, costumava-se retirar do corpo
do paciente, sem abri-lo nem fechá-lo, os citados objetos de feitiço, ou seja:
fibras de coqueiro, folhas de tabaco, farpas de madeira, espinhos etc. Já as
cirurgias com cortes profundos ou superficiais tornaram-se exatamente
conhecidas e difundidas no ano de 1950.
Elas aconteceram no começo dos anos cinquenta e, conforme
dados de Meek, pessoas de países ocidentais foram as primeiras a recorrer aos
médiuns filipinos que surgiram depois de Terte. Diga-se de passagem, antes,
Terte prestara valioso auxílio às forças do Exército Americano, quando da 2.ª Guerra
Mundial, ao atuar como guerrilheiro e médium curador. Meek acha possível que,
durante a guerra, tenha se desenvolvido nele aptidões semelhantes às observadas
no trabalho de outro médium famoso, o brasileiro José Pedro de Freitas, Arigó,
que chegava a atender individualmente de 300 a 400 pessoas em cada sessão de
cura. Dr. Andrija Puharich o viu realizar
“cirurgias incríveis”, consoante palavras suas, utilizando-se de faca ou de
canivete, sem causar dor, ou algum tipo de prejuízo aos milhares de pacientes
que atendeu.
Novamente, relativo às Filipinas, outro médium digno de nota é
Antonio Agapoa, ou Tony Agapoa, por sinal, vítima de calúnias, da intolerância,
de demandas. Após Terte, cerca de uma década antes do médium brasileiro que
também experimentou os mesmos dissabores, Agapoa principiou a fazer incisões
com objetos que cortam. A Dra. Sigrun Seutemann, médica alemã, médium vidente,
uma das testemunhas oculares da notável capacidade mediúnica do filipino, disse
ter ficado impressionada com as cirurgias: ela contou que viu
desmaterializar-se e rematerializar-se partes dos membros superiores de Agapoa
enquanto o corpo dele irradiava energia para o corpo do paciente.
Há médicos que acham a fé necessária,
já outros, desnecessária.
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No entanto ainda há resistências, e antes já foi muito pior!
Geralmente, aqueles que se basearam em fraudes, em trabalhos escolhidos por
eles mesmos, é claro, com o propósito de poderem confirmar suas convicções, são os que mais têm oferecido resistência, daí, debates, julgamentos apressados, tachando as cirurgias de
ineficazes ou de produto de farsa. Por outro lado, um bom número de
pesquisadores reputa o fenômeno legítimo e sugere que o conheçam a fundo sem
ideias preconcebidas, tendo em vista, conforme eles dizem, a comprovação da sua eficácia
para o próprio bem da própria Ciência e da Humanidade.
Outros pesquisadores, além disso, entenderam que as cirurgias
espirituais são inúteis e que apenas pacientes com “transtornos somatoformes”
obteriam efeito positivo. Há, contudo, quem relate curas de doenças graves, sem
aprofundarmos o fato de que alguns estudiosos verificaram casos de diagnósticos
complexos feitos com precisão por médiuns pesquisados antes do diagnóstico do
médico convencional.
Existe ainda quem diga que as cirurgias só servem para
propiciar “suposta cura do operado e dos que assistem às operações”, numa
referência ao argumento do efeito placebo. Consoante autores de um artigo da Revista
da Associação Médica Brasileira (RAMB),² a ideia do efeito placebo é
alvo de inúmeras polêmicas e não há concordância entre os médicos sobre um
diagnóstico do que seria ou não seria mero efeito de natureza psicológica.
Mais um objeto de controvérsia é o da necessidade de fé do
paciente para o bom êxito de uma cirurgia espiritual. Há entre médicos e demais
pesquisadores concordância quanto à necessidade da fé, ao passo que uma parcela
deles a julga desnecessária. A fé essencial, e além da fé, a cura se processa
de acordo com o merecimento. Ou seja, é o que todos os pesquisadores precisam
assimilar em vez de ficarem no campo do achismo prolixo.
Doenças graves e constantes têm a ver com a Lei de Causa e
Efeito. Todavia, pode-se conseguir, segundo ele, o alívio ou a cura, dependendo
do mérito do paciente e de suas necessidades evolutivas. Comentou: “A Doutrina
Espírita não prega o conformismo, logo, é lícito buscarmos a cura de nossos
males, mas sem exigi-la, por estarmos sujeitos à atração e fixação dos fluidos
curadores”. Disse mais: “Devemos tentar o que for possível, sem esperar que, de
repente, aconteça um milagre”.
Por falar na Doutrina, a maior parte dos dirigentes e dos
divulgadores espíritas não aceita médiuns nem mediunidade de cirurgias
espirituais com ou sem corte; se tanto, toleram o que denominam “passe de
cura”, não permitindo quaisquer atividades daquela espécie em suas
instituições, segundo dizem, “orientadas por Allan Kardec”. Reconhecem a
procedência das cirurgias sem, no entanto, considerá-las um trabalho espírita.
Seja dito de passagem, esse tipo de trabalho não pode ser feito por qualquer
um, ainda que se considere “médium de cura”, pois é mediunidade raríssima de médiuns
físicos e de incorporação inconsciente, por isso, aconselho: nem tente;
sequer cogite imitá-los.
Por fim, cirurgias espirituais, ou mediúnicas, não implicam
milagres nem supõem algo milagroso, tampouco deveriam ser objetos de tabu.
Assim como existem médiuns charlatães, existem médiuns honrados, sérios, como
João de Abadiânia. No que concerne aos médicos, a mesma asserção: pelo fato de
existirem negligências e erros médicos e, de vez em quando, alguns deles
abusarem sexualmente de suas pacientes, não se segue que devamos sair por aí
dizendo ou escrevendo que todo médico é incompetente, imoral.
Que não tardem a admitir isto como certo: tudo, a medicina, a
ciência, as religiões, inclusive os médicos e o seu ofício, estão sob rigorosas
leis divinas. Que os fracassos dos médicos ante as doenças clinicamente fatais,
a proliferação dos efeitos secundários adversos de drogas receitadas por eles,
façam perceber que há positivos meios de terapia, os quais muito têm para
oferecer, visando a mais amor e respeito às dores do próximo, apesar do
preconceito, da tola e ridícula vaidade da ciência e da religião.
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1 MEEK, George W., As Curas Paranormais (“Healers and the Healing Process”),
10.a ed . São
Paulo, Editora Pensamento, 1995. Capítulo 10.o, p. 112.
2 Vide in Revista da Associação
Médica Brasileira, volume 46, n.ọ 3, edição julho/setembro
de 2000: Cirurgia espiritual: uma investigação. Acessado em 12 de
fevereiro/09, às 23 horas em: <http://www.ramb.org.br>.
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