Sublime sentimento

Davilson Silva -

Doar coisas materiais tem o seu valor; todavia, poucos o fazem por desprendimento, movidos apenas pelo desejo de doar do que lhe sobra, ou pelo interesse de prestígio, poder, riqueza, etc.

“A verdadeira caridade é impalpável como a luz e invisível como o perfume: dá calor, dá o aroma, mas não se deixa tocar nem ver”, segundo o  escritor, político e professor brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras onde foi o fundador da cadeira número dois, Coelho Neto.

Homem bom é o que faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa
A Caridade é um sentimento do que há de mais sublime relativo a lealdade, honradez, indulgência e fraternidade. Esse sentimento faz com que se considere todos os seres da Terra irmãos em Deus e toda a Humanidade, uma grande família.

Vejamos de que modo o homem, Espírito encarnado temporariamente em trânsito no mundo, pode alcançar a sua elevação desde já. Perguntou mestre Allan Kardec aos Espíritos superiores:

— Por que sinais se pode reconhecer no homem o progresso real que deve elevar o seu espírito na hierarquia espírita?

— O Espírito prova a sua elevação quando todos os atos da sua vida corpórea constituem a prática da lei de Deus e quando compreende por antecipação a vida espiritual.

E Kardec acrescentou, corroborando o que lhe disseram os Espíritos superiores:

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua mais completa pureza. Se interroga sua consciência sobre os atos praticados, perguntará se não violou essa lei, se não cometeu nenhum mal, se fez todo o bem que podia, se ninguém teve de se queixar dele, enfim, se fez para os outros tudo o que queria que lhe fizessem.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperança de recompensa, e sacrifica o seu interesse pela justiça. Ele é bom, humano e benevolente para todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem exceção de raças ou de crenças.

Se Deus lhe deu o poder e a riqueza, olha essas coisas como um depósito do qual deve usar para o bem, e disso não se envaidece porque sabe que Deus, que lhos deu também poderá retirá-los.

Se a ordem social colocou homens sob sua dependência, trata-os com bondade e benevolência porque são seus iguais perante Deus; usa de sua autoridade para lhes erguer a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho.

É indulgente para com as fraquezas dos outros porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência e se recorda destas palavras do Cristo: “Que aquele que estiver sem pecado atire a primeira pedra”. 

Não é vingativo: a exemplo de Jesus, perdoa as ofensas para não se lembrar senão dos benefícios, porque sabe que lhe será perdoada assim como tiver perdoado.

Respeita, enfim, nos seus semelhantes, todos os direitos decorrentes da lei natural, como desejaria que respeitassem os seus. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, tradução de José Herculano Pires, questão 918.)*

Em suma, para a nossa reflexão, no que consiste a caridade em seu teor mais elevado são os já mencionados característicos: a lealdade, a honradez, a indulgência e a fraternidade. Ainda nas palavras do mestre francês da cidade de Lyon, são atributos inerentes ao genuíno homem de bem, o que põe sinceramente em prática a lei da caridade moral em toda a sua extensão.

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*KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 12, item 918, página 302.
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