Cento e cinquenta e quatro anos de orientação consoladora

Davilson Silva-

As dissertações espíritas libertam das amarras da superstição, das crenças populares sem quaisquer fundamentos, livra-nos dos temores, transmitindo segurança, sem ameaças. 

Salve o 18 de abril de 2011! Parabéns ao Espiritismo e a todos os seus nobres propagadores que, pela fé inabalável e a coragem, souberam empregar bem o momento que lhes restava. Em atenção ao chamado do Altíssimo, exemplificaram o desinteresse aos avarentos, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos e aos déspotas!
Este ramo de parreira, desenhado pelos Espíritos e, segundo o que ditaram a Allan Kardec, simboliza o “trabalho do Criador”.
Fazendo com que todos os homens alcancem horizontes sublimes, o Espiritismo liberta consciências! Sim, há cento e cinquenta e quatro anos, o Espiritismo esclarece e consola as Almas aflitas. Este majestoso sol já raiou atrás da “montanha” da crendice, má vontade, intolerância e preconceitos, a clarear a Era prometida por Jesus, graças aos indícios materiais provocados pelas forças inteligentes do mundo espiritual. Os Espíritos, habitantes das paisagens extracorpóreas, comprovam e dão suporte à Voz do Mestre Nazareno sob a chancela do Espírito de Verdade. 

O “Santo Espírito” veio nortear a Humanidade estacionária na amargura, na ignorância, no fanatismo. Disse Jesus ser necessária a volta de “um outro consolador”, para que o homem o concebesse, “estivesse” e “permanecesse” com ele para sempre, daí a presença do Espírito de Verdade e seus Colaboradores Espirituais. As instruções emanadas dos Luzeiros dos Céus esclarecem os homens e os convidam à prática da lei evangélica. 

Preceitos que realmente apontam alternativa para a Humanidade, os ensinamentos dos bondosos Espíritos do Senhor ensinam como vencer obstáculos, impelem à perfeita dignidade além de induzir-nos a um autoconhecimento que demanda renúncia por consenso do coração nas experimentações aflitivas. Nada tendo a ver com conformismo religioso ou com dependência mística a um destino fatal, são ordens superiores que apontam sublimes deliberações sem promessa de bem-aventurança segundo a lei do menor esforço. Costumamos referir em nossas prédicas na casa espírita: o Espiritismo dá a vara, o anzol e ensina a pescar; a isca, a pescaria ficam por nossa conta...

Capa da quarta edição, de
1860, de O Livro dos
Espíritos (Le Livre des
Esprits), o primeiro livro
da Doutrina Espírita,
publicado pelo educador
francês Léon-Hippolyte-
Denizard Rivail, em 18
de abril de 1857, sob o
pseudônimo Allan Kardec.

Dilúvio de Luz

Enfim um iluminante dilúvio desde 18 de abril de 1857! A chama da esperança, fé e caridade reacendeu. A plêiade de Amigos de Jesus surgiu justamente na época propícia ao resgate da criatura humana do culto de adoração a Deus pelo medo do fogo do Inferno. Essa ideia equivocada resiste até hoje como fruto de absoluto desconhecimento espiritual. As dissertações espíritas libertam das amarras da superstição, das crenças populares sem quaisquer fundamentos, livra-nos dos temores, transmitindo segurança, sem ameaças; elas propõem, não impõem.

Não considerando como certa a tese do destino traçado irrevogavelmente, o Espiritismo nos dá a perspectiva de, um dia, mais além, alcançarmos um alto estágio de pureza, ou angelitude, naturalmente não a poder de milagres, de adorações ou de ritos religiosos, e sim à custa de esforços contínuos a busca do próprio aperfeiçoamento moral e intelectual. Tampouco, ele entende as aflições terrenas como “castigo divino”, mas sim como oportunidade de aperfeiçoamento moral, ao proferir que todos os homens igualam-se perante à agruras da existência, cada qual tendo mais ou menos a sua quota de sacrifício e renúncia, segundo impositivos da inexorável Lei de Causa e Efeito. 

Não é resignação acomodada

Sem despersonalizar o homem, o Espiritismo considera o sofrimento força regenerante da Alma, conquanto alguns o interpretem por “resignação acomodada”. Certos contraditores criticam os espíritas por pensarem assim no que concerne à dor moral ou à dor física, sem revolta, sem queixa, vendo nas enfermidades fator de corrigenda, na morte e em toda vicissitude algo lógico, e não mera e casual fatalidade.
Edições recentes das referidas cinco Obras da Codificação Kardequiana, na seguinte ordem e data de lançamento:
O Livro dos Espíritos (1857); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho segundo o Espiritismo (1864); O Céu e
o Inferno segundo o Espiritismo (1865); A Gênese (1868), além do título subsequente Obras Póstumas (1890).
O Espiritismo, ou Doutrina Espírita trata do desenvolvimento do que há de mais profundo em ciências psicológicas. Psicólogos, psiquiatras modernos abonam a realidade fenomênica do psiquismo e seus processos. Vale também acrescer que estudiosos têm se interessado por essa obra do desenvolvimento do que há de mais profundo em ciências psicológicas. Psicólogos, psiquiatras modernos abonam a realidade fenomênica do psiquismo e seus processos mentais conscientes ou inconscientes, vendo no Espiritismo verdadeiro tratado de Psicologia Transpessoal o que realmente ele é

Ainda assim, o mundo absolutamente não conhece a manifesta direção da Doutrina Espírita. Disse Jesus: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir”... A Doutrina também o diz, e abre olhos e ouvidos de todos os que desejam olhar e escutar, porquanto não possui mistérios, e os seus ensinamentos estão ao alcance de qualquer um, deixando bem claro que ninguém chega a Deus se não se fizer puro; não é suficiente ter as aparências da pureza, e sim, antes de tudo, a pureza do coração. O Espiritismo aponta a realidade e ensina como enfrentá-la, e somente ele foi capaz de tornar inteligível e justificar a questão dos sofrimentos e diferenças entre as criaturas humanas, parecendo desmentir a bondade e justiça divinas. Se o homem sofre, existe uma causa, e se Deus é justo, justa há de ser essa causa.


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