Tragédias coletivas são as que mais causam condolência geral
e despertam lástima, horror pelo fato de muitas vidas, de súbito, serem
ceifadas de uma só vez. Desastres em rodovias, quedas de avião,
naufrágios, enchentes, incêndios afligem a muitos.
A tragédia do dia 27 de janeiro deste ano, na cidade de
Santa Maria (RG), por exemplo, uma das mais graves de toda a História do
Brasil, volta a entristecer o nosso povo. Um dos mais mortais acontecimentos
trágicos deste país, em seguida ao que aconteceu ao Gran Circo Americano,
em 17 dezembro de 1961, na cidade de Niterói (RJ), abalou também pessoas de
outras nações.
O sinistro afligiu famílias cujos filhos, na flor da idade,
frequentam as ditas “baladas” em casas noturnas. Baladas, segundo os próprios
jovens, acontecem em lugares onde eles dizem sentir prazeres dos mais
arrebatadores, em descomedida excitação de espírito. “É adrenalina pura!”,
dizem, ao som de certo gênero de “música”, ao ponto de estourar os tímpanos, em
meio a atitudes eróticas num frenesi de promiscuidade contínua de toques e
sucção de lábios, em veementes abraços, madrugada afora, incitados pelo efeito
etílico de bebidas espirituosas e por outras drogas.
Então quando ocorre um sinistro como o daquela boate,
pergunta-se: “E Deus? Onde estava que não evitou tamanha tragédia?” Não podendo
oferecer uma resposta racional, racionalizam: “Deus quis testar a nossa fé.”
Tragédias coletivas
são as que mais compadecem
Foto Germano Roratto - Agência RBS
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Não se iluda ! Nada há de errado com o nosso Pai Eterno
(pelos menos com O que eu admito!). Deus não é falível como os homens, Ele nos
criou para que, antes de tudo, fizéssemos por onde ter responsabilidade e amor
ao próximo por amor a Ele. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos
se prejudicam por sua própria imprevidência, seu orgulho, sua ambição! Quantos
pais infelizes porque não combateram as más tendências dos filhos desde o
princípio!¹
Reveses, tragédias
tem uma causa
Deus, a crença espírita, além de soberanamente justo e bom,
seria capaz de agir caprichosamente, tampouco com parcialidade. Reveses,
tragédias da vida têm uma causa; e se Deus é justo, justa há de ser essa causa;
eis uma realidade da qual devemos estar certos.² A pais e mães de rapazes e
moças falecidos, ou desencarnado, no mencionado sinistro, só lhes resta o
lenitivo da prece. Eles não morreram e, por certo, sentirão alívio pela prece
sincera, tranquila a eles dirigida. Vossos filhos, antes de tudo, são filhos de
Deus; eles vieram ao mundo, e não para o
mundo...
Acreditando ou não nesta certeza, só a revolta, o
inconformismo se estabelece nos que veem na morte uma separação
eterna. Para os adeptos da Doutrina Espírita, em particular, a vida
continua além-campa, e o futuro não pertence a Deus, e
sim a nós, exclusivamente, e Jesus já fez a Sua parte. Ora!
Jesus Cristo, filho de Deus como todos nós somos, veio ao mundo para demonstrar
isso! Foi Ele mesmo, depois do episódio do Gólgota, que sobreviveu à morte do
corpo de carne, compreendendo-se, morte, por perda de sinais vitais de um
organismo. Entenda quem tiver inteligência e, sobretudo, humildade de entender.
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1KARDEC, Allan. O evangelho
segundo o espiritismo. 62. Ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan
Kardec Editora, 2001. Capítulo 5.o, item 4, p. 73.
2_____. Ibidem. item
1 a 3, p. 72.
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