Davilson Silva-
Miguel Elias Barquete |
[...] Ainda
assim, me esforço a relatar-lhe o que me ocorre, porque você sabe que eu
não conseguiria esquecer os meus cumpinchas com facilidade.
Surgem dias em que
procuro a Denize [1] para a
conjunção de recordações, no entanto, a vejo tão longe de mim que não me
atreveria na demora importuna. Busco a Cíntia [2] para tatear-lhe a cabeça e observar se ainda
consegue me lembrar, entretanto, se tanto um contato espiritual mais profundo,
ela até que se põe a correr, receosa de minha aproximação. O nosso amigo David, [3] há dias estava pensativo num bar e
abeirei-me dele, na tentativa de me fazer lembrado por ele... Sentei-me numa
cadeira vazia ao lado do amigo e quando o primo notou que estava quase a me
ver, um tanto desorientado pediu ao garção um bauru gigante com guaraná que lhe esquentasse
as ideias, de modo a sonegar-me atenção.
A tia Noêmia, [4] em São João, me apresentou um quadro um
tanto chato. Ela fazia daqueles pastéis de que só ela sabe o segredo e quando
pedi me desse um, atrapalhou-se com a gordura quente e chegou a marcar um dedo
com bolhas espetaculares.
Fiquei com vergonha de
ser um fantasma incômodo e retirei-me. Fui para a nossa casa. Achei você
rezando e quando a abracei pude reconhecer que o seu carinho era o mesmo de
sempre. Agora, é uma nova experiência. Peço-lhe dizer ao Maurício [5] que tentarei colaborar com ele e com o
Taio, com a Maria Tereza e a Vânia, [6] mas o meu negócio, presentemente, será de leve. Não sei porque tanta gente lembra os mortos. Imaginamos com medo,
quando lá, num belo dia, todas as pessoas cairão do jirau. Enfim é a vida depois a morte, que a
maioria das pessoas na Terra acredita se constitua de ilusão e
moleza. Mas não há de ser nada. Estamos aí e venceremos com o nosso amor
qualquer dificuldade que apareça.
Querida mãezinha Irene, [7] guarde o seu bom humor e diga ao papai que
não o esquecemos. Sei que a vida por aí, segundo ouço de muita gente, está
difícil, mas, com Deus, venceremos [...]
Miguel
Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em
14 de agosto de 1981, em reunião de Evangelho e psicografia no Grupo
Espírita da Prece, Uberaba, Minas Gerais.
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Detalhes básicos a respeito do comunicante
Data da morte, local, motivo e outras
informações ― Desencarnou em 21 de junho de 1980, quando cursava o Terceiro Ano
Colegial, no Colégio São Paulo da Cruz, e o Colégio Objetivo, na capital
paulista, em virtude de um acidente de trânsito.
- Pai e mãe ― José Barqueti e Irene
Iracema Barquete.
- Data de nascimento ― Dia 3 de outubro
de 1962.
- Local
de nascimento ― São Paulo, Capital.
- Local do
sepultamento ― Brodósqui (SP).
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Parentes, amigos, etc., falecidos ou não, citados na
mensagem
1 - Denize ― Lílian Denize, a grande
amiga e irmã.
2 - Cíntia ― na ocasião, este nome não
foi confirmado; nem sempre genitores e outros membros da família conheciam
todas as pessoas ligadas ao comunicante quando da existência enquanto
encarnado.
3 - David ― primo residente em Goiânia
(GO).
4 - Tia Noêmia ― tia materna,
residente em São João da Boa Vista (SP).
5 - Maurício ― irmão do comunicante.
6 - Taio, Maria Tereza e Vânia ― amigos
da mãe de Miguel.
7 - Querida
mãezinha Irene ― d. Irene.
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• CÂNDIDO
XAVIER, Francisco. Dádivas espirituais, espíritos diversos. 1. ed.
Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1994.
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Como se
processava
Chico Xavier, médium
psicógrafo de segurança e precisão |
Uma vez reconhecido o Espírito comunicante pelo modo de
pensar, de escrever, pela caligrafia e assinatura, familiares,
especialmente mãe e pai, confirmavam-lhe a autenticidade, inclusive confirmavam
nomes de parentes falecidos, desde há muito tempo ou não, assim
como nomes dos não-falecidos, isto é, os que o comunicante deixara no
plano dos encarnados, todos referidos com absoluta exatidão. Intimidades
domésticas, o conjunto mesmo de circunstâncias de que só os mais chegados têm
conhecimento, como o desta mensagem, confirmavam-nas. Vale dizer que essas e
outras particularidades eram completa e comprovadamente desconhecidas de Chico
Xavier, cercado de centenas, de milhares de pessoas desconhecidas, vindas de
diferentes lugares do país e até do exterior. Ele jamais exigia coisa
alguma de quem quer que seja; sequer insinuava receber recompensa,
obter algum tipo de reconhecimento, tampouco desejou fazer promoção de si
próprio pela caridade espírita que prestava aos sofridos corações maternos. Uma
pessoa amiga, o médico e biógrafo de suas obras, Elias Barbosa,
falecido em 2011, por amor à causa da Doutrina dos Espíritos e a ele, Chico, é
que saía em busca de confirmações do conteúdo das mensagens, daí
vários livros sobre esse magnífico e amoroso trabalho. Vale dizer ainda
que mensagens psicografadas pela mediunidade de Chico foram, durante treze
anos, pesquisadas por um criminologista credenciado pelo Poder Judiciário,
o professor Carlos Augusto Perandrea, de Curitiba, Paraná. Perandrea
comprovou cientificamente, à luz da Grafologia, a autenticidade dos
textos psicografados, recolhendo todo o material possível, escrito pelos
falecidos, ou desencarnados, quando do tempo em que estavam neste mundo, o que
motivou o cientista forense a escrever o livro: A Psicografia à Luz da
Grafologia.
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