Davilson Silva-
Querida mamãe Irene, [1] peço-lhe que me abençoe.
Difícil descrever as
mudanças que vou experimentando.
A princípio,
incompreensão e lágrimas; no entanto, agora que os vejo a todos firmes na fé em
Deus, na Vida Espiritual, a minha vida como que renova.
Do acidente resta
apenas aquela visão que o tempo desfará um dia.
O Paulo
Francisco também pensa comigo nas mesmas bases.
As transformações são
muitas e estamos vivos e cativos a novos deveres.
Mãezinha Irene,
peço-lhe dizer tudo isso ao papai, a fim de que ele se robusteça nas
próprias energias, e peço a você recondicionar a
própria saúde física.
Não se permita
adoecer, pois isso nos assustaria, de vez que precisamos tê-la sempre
forte, inspirando-nos no caminho a seguir.
Creio que algum
reconstituinte à sua escolha lhe fará bem porquanto entendo que a intensidade
do seu trabalho lhe exige perdas de forças.
Hoje, desejo ampliar
minha lista de agradecimentos. Não posso esquecer o quanto devo à bondade e à
dedicação dos nossos amigos William [2] e dona Ruth, [3] com
a Ré [4] sempre
amiga. Afinal, mãezinha Irene, a amizade é a irmã do amor e ambos não morrem.
Muito me dói observar o nosso Chico [5] a parlamentar com o Carlinhos [6] e com o Maurício [7] como se o fato pudesse ser afastado de nós.
Diga, mamãe, para o
Chico, que não existem motoristas privilegiados e ninguém está livre da
indesejada, que não é aceita, mas vem mesmo assim para cada pessoa
Se aquela hora de
estalo era encomendada pelos poderes que nos governam, para mim e para o Paulo
Francisco, não havia como retirar o decreto de nós. Agora, felizmente, tudo vai
passando e desejo ao Maurício com todos os nossos amigos muita felicidade e
progresso; graças a Deus, vejo e compreendo tudo, acalmando-me ao acalmar os
outros, e fico realmente reconfortado.
Querida mãezinha Irene,
peço-lhe dizer à nossa Bete, [8] a minha querida baixinha, para que nada receie de nós. Ela afirma
que não crê que possamos estar vivos em alguma parte, mas isso é só na
conversa. No íntimo, ela sabe que escrevo com a realidade no alicerce das
palavras; ela pode estar ciente de que desejo a ela um futuro feliz.
A Bete tudo faz por
merecer essa Bênção de Deus; menina direita e nobre, espero que ela encontre o
braço amigo e forte que a entenda e a ilumine de alegrias perenes.
E agradeço também à
Ana Lúcia e à Lilian Denize [9] pelo carinho habitual para conosco. Sei que, se estivesse aí, faria o
mesmo, isto é, não quereria fixar o pensamento em amigos supostamente mortos e,
por isso, não estranho as afeições que vão nos esquecendo porque a verdade é
que nós, os mortos, imaginamos continuarmos lembrando, e virá o dia do
reencontro do pessoal do grupo todo...
Por agora, é assim
mesmo; os companheiros da patota vão se largando daí, um a um ou, às vezes,
dois a dois, como sucedeu comigo e o nosso Paulo Francisco. [10]
Indo a São João da Boa
Vista, peço no seu caminho abraçar por mim a tia Noêmia. [11]
Querida mamãe Irene, vou
terminar porque já estamos naquelas horas prolongadas da matina. Com
um abraço ao papai e ao Maurício, e lembranças a todos, rogo ao seu
carinho permanecer com a esperança e com alegria temperada com muitas saudades
do seu filho, sempre mais seu,
Miguel
Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier,
em 13 de novembro de 1981, em reunião de Evangelho e psicografia no
Grupo Espírita da Prece, Uberaba, Minas Gerais.
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
Detalhes básicos a respeito do comunicante
Data da morte, local, motivo e outras informações ― Desencarnou
em 21 de junho de 1980, quando cursava o Terceiro Ano Colegial,
no Colégio São Paulo da Cruz, e o Colégio Objetivo, na capital paulista, em
virtude de um acidente de trânsito.
- Pai e mãe ― José
Barqueti e Irene Iracema Barquete.
- Data
de nascimento ― Dia 3 de outubro de 1962.
- Local de
nascimento ― São Paulo, Capital.
- Local do sepultamento ― Brodósqui
(SP).
______________________________________________________________________________________________________________
Parentes, amigos, etc., falecidos ou não, citados na
mensagem______________________________________________________________________________________________________________
1 - Querida mamãe Irene ― Irene Iracema Barquete.
2 - William ― o companheiro
inseparável durante toda a sua existência.
3 - Ruth ― mãe de William.
4 - Ré ― Regina, irmã de William,
como carinhosamente Miguel gostava de chamá-la.
5 - Chico ― amigo
e o que dirigia o veículo do desastre.
6 - Carlinhos ― amigo de Miguel e primo de
Chico, vítima também do acidente, o qual escapou da morte.
7 - Maurício ― irmão de Miguel.
8 - Bete ― ex-namorada e vizinha.
9 - Ana Lúcia e Lilian Denize ― irmãs
e grandes amigas de Miguel, que deram todo o apoio à mãe, d. Irene,
residentes em São Paulo, Capital.
10 - Paulo Francisco ― Paulo
Francisco Ambrósio, colega de Miguel, falecido no mesmo acidente
automobilístico.
11 - Tia Noêmia ― tia materna
residente em São João da Boa Vista (SP).
__________________________________________________
• CÂNDIDO XAVIER, Francisco. Dádivas espirituais, espíritos diversos. 1. ed. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1994.
______________________________________________________________________________________________________________
Como se processava
Como se processava
Chico Xavier, médium
psicógrafo de segurança e precisão |
Uma vez reconhecido o Espírito comunicante pelo modo de
pensar, de escrever, pela caligrafia e assinatura, familiares,
especialmente mãe e pai, confirmavam-lhe a autenticidade, inclusive confirmavam
nomes de parentes falecidos, desde há muito tempo ou não, assim
como nomes dos não-falecidos, isto é, os que o comunicante deixara no
plano dos encarnados, todos referidos com absoluta exatidão. Intimidades
domésticas, o conjunto mesmo de circunstâncias de que só os mais chegados têm
conhecimento, como o desta mensagem, confirmavam-nas. Vale dizer que essas e
outras particularidades eram completa e comprovadamente desconhecidas de Chico
Xavier, cercado de centenas, de milhares de pessoas desconhecidas, vindas de
diferentes lugares do país e até do exterior. Ele jamais exigia coisa
alguma de quem quer que seja; sequer insinuava receber recompensa,
obter algum tipo de reconhecimento, tampouco desejou fazer promoção de si
próprio pela caridade espírita que prestava aos sofridos corações maternos. Uma
pessoa amiga, o médico e biógrafo de suas obras, Elias Barbosa,
falecido em 2011, por amor à causa da Doutrina dos Espíritos e a ele, Chico, é
que saía em busca de confirmações do conteúdo das mensagens, daí
vários livros sobre esse magnífico e amoroso trabalho. Vale dizer ainda
que mensagens psicografadas pela mediunidade de Chico foram, durante treze
anos, pesquisadas por um criminologista credenciado pelo Poder Judiciário,
o professor Carlos Augusto Perandrea, de Curitiba, Paraná. Perandrea
comprovou cientificamente, à luz da Grafologia, a autenticidade dos
textos psicografados, recolhendo todo o material possível, escrito pelos
falecidos, ou desencarnados, quando do tempo em que estavam neste mundo, o que
motivou o cientista forense a escrever o livro: A Psicografia à Luz da
Grafologia.
* * * * *
Palavras de Emmanuel
“Não basta rogar a
intervenção do céu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim de que
venhamos a cumprir o nosso dever cristão. Antes de tudo, é necessário fazer a
nossa parte, quanto nos seja possível, para que o bem se realize, de modo a
entrarmos em sintonia com os poderes do Bem Eterno.” (Palavras de Vida Eterna, tema 11.)
“Seja qual for a perturbação
reinante, acalma-te e espera, fazendo o melhor que possas. Lembra-te de que o
Senhor Supremo pede seriedade para exprimir-se com segurança.” (Na mesma
obra, tema 33.)
No comments :
Post a Comment