Correio do Além-Túmulo ― Mensagem de Miguel Elias Barquete II

Davilson Silva-

Querida mamãe Irene, [1] peço-lhe que me abençoe. 

Difícil descrever as mudanças que vou experimentando.

A princípio, incompreensão e lágrimas; no entanto, agora que os vejo a todos firmes na fé em Deus, na Vida Espiritual, a minha vida como que renova.

Do acidente resta apenas aquela visão que o tempo desfará um dia.

O Paulo Francisco também pensa comigo nas mesmas bases. 

As transformações são muitas e estamos vivos e cativos a novos deveres.

Mãezinha Irene, peço-lhe dizer tudo isso ao papai, a fim de que ele se robusteça nas próprias energias, e peço a você recondicionar a própria saúde física.

Não se permita adoecer, pois isso nos assustaria, de vez que precisamos tê-la sempre forte, inspirando-nos no caminho a seguir.

Creio que algum reconstituinte à sua escolha lhe fará bem porquanto entendo que a intensidade do seu trabalho lhe exige perdas de forças.

Hoje, desejo ampliar minha lista de agradecimentos. Não posso esquecer o quanto devo à bondade e à dedicação dos nossos amigos William [2] e dona Ruth, [3] com a Ré  [4] sempre amiga. Afinal, mãezinha Irene, a amizade é a irmã do amor e ambos não morrem. Muito me dói observar o nosso Chico [5] a parlamentar com o Carlinhos [6] e com o Maurício [7] como se o fato pudesse ser afastado de nós.

Diga, mamãe, para o Chico, que não existem motoristas privilegiados e ninguém está livre da indesejada, que não é aceita, mas vem mesmo assim para cada pessoa

Se aquela hora de estalo era encomendada pelos poderes que nos governam, para mim e para o Paulo Francisco, não havia como retirar o decreto de nós. Agora, felizmente, tudo vai passando e desejo ao Maurício com todos os nossos amigos muita felicidade e progresso; graças a Deus, vejo e compreendo tudo, acalmando-me ao acalmar os outros, e fico realmente reconfortado.

Querida mãezinha Irene, peço-lhe dizer à nossa Bete, [8] a minha querida baixinha, para que nada receie de nós. Ela afirma que não crê que possamos estar vivos em alguma parte, mas isso é só na conversa. No íntimo, ela sabe que escrevo com a realidade no alicerce das palavras; ela pode estar ciente de que desejo a ela um futuro feliz.

A Bete tudo faz por merecer essa Bênção de Deus; menina direita e nobre, espero que ela encontre o braço amigo e forte que a entenda e a ilumine de alegrias perenes.

E agradeço também à Ana Lúcia e à Lilian Denize [9] pelo carinho habitual para conosco. Sei que, se estivesse aí, faria o mesmo, isto é, não quereria fixar o pensamento em amigos supostamente mortos e, por isso, não estranho as afeições que vão nos esquecendo porque a verdade é que nós, os mortos, imaginamos continuarmos lembrando, e virá o dia do reencontro do pessoal do grupo todo...

Por agora, é assim mesmo; os companheiros da patota vão se largando daí, um a um ou, às vezes, dois a dois, como sucedeu comigo e o nosso Paulo Francisco. [10]

Indo a São João da Boa Vista, peço no seu caminho abraçar por mim a tia Noêmia. [11]

Querida mamãe Irene, vou terminar porque já estamos naquelas horas prolongadas da matina. Com um abraço ao papai e ao Maurício, e lembranças a todos, rogo ao seu carinho permanecer com a esperança e com alegria temperada com muitas saudades do seu filho, sempre mais seu,

Miguel

Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 13 de novembro de 1981, em reunião de Evangelho e psicografia no Grupo Espírita da Prece, Uberaba, Minas Gerais.
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Detalhes básicos a respeito do comunicante  

Data da morte, local, motivo e outras informações ― Desencarnou em 21 de junho de 1980, quando cursava o Terceiro Ano Colegial, no Colégio São Paulo da Cruz, e o Colégio Objetivo, na capital paulista, em virtude de um acidente de trânsito.

- Pai e mãe ― José Barqueti e Irene Iracema Barquete.

- Data de nascimento ― Dia 3 de outubro de 1962.

Local de nascimento ― São Paulo, Capital.

Local do sepultamento ― Brodósqui (SP).
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Parentes, amigos, etc., falecidos ou não, citados na mensagem

1 - Querida mamãe Irene ― Irene Iracema Barquete.

2 - William ― o companheiro inseparável durante toda a sua existência. 

3 - Ruth ― mãe de William. 

4 - Ré ― Regina, irmã de William, como carinhosamente Miguel gostava de chamá-la.

5 - Chico ― amigo e o que dirigia o veículo do desastre.

6 - Carlinhos ― amigo de Miguel e primo de Chico, vítima também do acidente, o qual escapou da morte.

7 - Maurício ― irmão de Miguel.

8 - Bete ― ex-namorada e vizinha.

9 - Ana Lúcia e Lilian Denize ―  irmãs e grandes amigas de Miguel, que deram todo o apoio à mãe, d. Irene, residentes em São Paulo, Capital.

10 - Paulo Francisco ―  Paulo Francisco Ambrósio, colega de Miguel, falecido no mesmo acidente automobilístico.

11 - Tia Noêmia ―  tia materna residente em São João da Boa Vista (SP).

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• CÂNDIDO XAVIER, Francisco. Dádivas espirituais, espíritos diversos. 1. ed. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1994. 
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Como se processava 

Chico Xavier, médium 
psicógrafo de segurança 
e precisão
Uma vez reconhecido o Espírito comunicante pelo modo de pensar, de escrever, pela caligrafia e assinatura, familiares, especialmente mãe e pai, confirmavam-lhe a autenticidade, inclusive confirmavam nomes de parentes falecidos, desde há muito tempo ou não, assim como nomes dos não-falecidos, isto é, os que o comunicante deixara no plano dos encarnados, todos referidos com absoluta exatidão. Intimidades domésticas, o conjunto mesmo de circunstâncias de que só os mais chegados têm conhecimento, como o desta mensagem, confirmavam-nas. Vale dizer que essas e outras particularidades eram completa e comprovadamente desconhecidas de Chico Xavier, cercado de centenas, de milhares de pessoas desconhecidas, vindas de diferentes lugares do país e até do exterior. Ele jamais exigia coisa alguma de quem quer que seja; sequer insinuava receber recompensa, obter algum tipo de reconhecimento, tampouco desejou fazer promoção de si próprio pela caridade espírita que prestava aos sofridos corações maternos. Uma pessoa amiga, o médico e biógrafo de suas obras, Elias Barbosa, falecido em 2011, por amor à causa da Doutrina dos Espíritos e a ele, Chico, é que saía em busca de confirmações do conteúdo das mensagens, daí vários livros sobre esse magnífico e amoroso trabalho. Vale dizer ainda que mensagens psicografadas pela mediunidade de Chico foram, durante treze anos, pesquisadas por um criminologista credenciado pelo Poder Judiciário, o professor Carlos Augusto Perandrea, de Curitiba, Paraná. Perandrea comprovou cientificamente, à luz da Grafologia, a autenticidade dos textos psicografados, recolhendo todo o material possível, escrito pelos falecidos, ou desencarnados, quando do tempo em que estavam neste mundo, o que motivou o cientista forense a escrever o livro: A Psicografia à Luz da Grafologia.

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Palavras de Emmanuel

“Não basta  rogar a intervenção do céu, em favor dos outros, com frases bem feitas, a fim de que venhamos a cumprir o nosso dever cristão. Antes de tudo, é necessário fazer a nossa parte, quanto nos seja possível, para que o bem se realize, de modo a entrarmos em sintonia com os poderes do Bem Eterno.” (Palavras de Vida Eterna, tema 11.) 

“Seja qual for a perturbação reinante, acalma-te e espera, fazendo o melhor que possas. Lembra-te de que o Senhor Supremo pede seriedade para exprimir-se com segurança.” (Na mesma obra, tema 33.) 

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