Acerca da integridade e transparência

Davilson Silva-

Acerca da integridade e transparência, ocorreu-nos as pinturas a óleo de efeitos singulares do célebre pintor francês, Claude Monet, pinturas da série Nenúfares (ou ninfeias). Quão belas são as suas obras de arte, sobretudo, os diáfanos e exuberantes espelhos d'água. Esse extraordinário mestre do Impressionismo tem o poder, a magia de encantar com suas ativas e suaves pinceladas, oferecendo aos sentidos um prazer brando e delicado, sobretudo, em telas que retratam o lago dos jardins da sua antiga residência, em Giverny, França.

Já dizia outro grande mestre da Pintura, o surrealista catalão, Salvador Dalí, que o desenho, primeiro passo para uma obra-prima, consiste na integridade da arte. Segundo ele, “não há como trapacear; ou o desenho é bom ou ruim”. Assim, dizemos nós: as obras de Monet e de Dalí são íntegras, cada uma em seu estilo e peculiaridades.

Nenúfares, ou ninfeias, quadro mediúnico (coleção particular), acrílico
sobre Tela 40 x 50, do impressionista Oscar Claude Monet (1840/1926),
feito na década de 90, do último século, Durante uma demonstração
de pintura mediúnica. Esta tela foi feita a dedos sem utilização de pincéis,
sem quaisquer acessórios, assinada pelo próprio artista desencarnado, 
através da minha mediunidade de pintura. Copyright © by Davilson Silva
Trazendo essa ideia para o campo do modo íntimo de ser dos indivíduos, e por analogia, as obras de uma pessoa se resumem em sua integridade ou na falta dela. Pelas próprias atitudes, em relação aos que estão à sua volta, a pessoa será efetivamente amada pela superioridade moral, por sua bondade, ou lamentavelmente desmoralizada por seu feitio impassível, detestável.

De que vale o homem ter todo o conhecimento do mundo, toda a cultura, todo o poder, todo o prestígio e até o considerarem um grande filantropo se não possui integridade e transparência? A falta de integridade fatalmente o levará ao descrédito, apesar de ele se presumir acima do bem e do mal. 

O homem íntegro, o mesmo que homem de bem, ele o é porque, inclusive sereno, não se lhe notamos resquícios de arrogância, de amor-próprio ferido; ele, acima de tudo, sabe perdoar de verdade as fraquezas do próximo e condói-se dos infelizes. Consciente de que não atingiu a perfeição, analisa as próprias falhas morais para, no começo de todos os dias, apresentar-se cada vez melhor diante dos semelhantes em quaisquer circunstâncias.

Pessoas, homens e mulheres dignos, não dissimulam nem vivem a criar tipos a fim de demonstrarem virtudes em si inexistentes, tampouco magoam ainda que sinceros. Pessoa do tipo pusilânime costuma dissimular, omite-se ante uma responsabilidade em favor de alguém ou de terceiros, esquiva-se de agir com justiça por interesses escusos ou por covardia, ou mesmo pela falta de boa vontade que a assinala; promete, mas não cumpre, e sempre dá desculpas esfarrapadas. 

Como as águas brandas e cristalinas dos quadros de Monet, as quais se nos afiguram a representação da serenidade e integridade vibrantes, assim como a energia franca das obras de Dalí que nos impele a reflexões profundas, podemos, por nossa vez, produzir benefícios através da inteireza de nossa lisura de procedimentos. Qualquer um pode se servir das “boas obras”.

O nosso futuro, meu caro amigo ou minha cara amiga, só depende de nós alcançá-lo. Só seremos felizes se, hoje, fizermos por onde nos tornarmos melhores; quanto mais nos adiantarmos nesse propósito, esforçando-nos e mantendo-nos nele, tanto mais cedo será feliz e bem mais fácil de viver o nosso amanhã.

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