Escândalo que chocou a opinião pública

Davilson Silva-

Vez por outra, teimam em manchar a memória de Chico Xavier. Sempre que podem, relembram uma antiga denúncia feita por um dos parentes do médium. Referimos ao escândalo acontecido em 1958 quando Chico residia em Pedro Leopoldo, Minas Gerias, cidade onde nasceu e deu início à belíssima missão propagadora do Espiritismo, doutrina filosófica, científica e moral. 

Chico Xavier, feliz, Com uma 
de suas obras, Parnaso 
de Além-Túmulo, livro 
lançado em 1932.
Tal denúncia significou a mais dolorosa das calúnias dirigidas ao grande médium espírita. Indivíduos inescrupulosos, interessados em combater o Espiritismo, planejaram denegrir a sua boa reputação através de um sobrinho, induzindo-o a difamá-lo. Nesta altura dos acontecimentos, Chico já era conhecido, querido, respeitado pelo povo brasileiro, já tendo produzido 60 livros psicografados, publicados e em muitas edições.

Foi aí que o moço principiou com as acusações ao tio, dizendo que ele, homem inteligente, se valia da credulidade do povo para manter a “farsa do Espiritismo”; segundo ele, “existisse ou não Espíritos, Chico continuaria a escrever do mesmo jeito”. Afirmava, nas entrevistas dadas a jornais, que o tio era um “farsante”, um “mistificador” cujo segredo de suas psicografias estaria na leitura de muitíssimos livros de diversos autores e de assuntos dos mais variados. Enfim, tudo acontecera conforme interesses e objetivos da causa antiespírita — duríssimas críticas e reportagens sensacionalistas desmoralizantes. 

Jornais não pouparam espaço nem linhas para divulgar bombásticas acusações que deixaram triste, humilhado o então famoso médium. E não era pra menos: afinal, tratava-se o denunciante de um membro da família! No entanto, Chico jamais protestou, procurou a imprensa para contradizer as injúrias, nada fez em sua defesa, tendo que suportar mais esse acontecimento ofensivo ao seu bom nome. 

O fato é que, mediante informação insuspeita, o sobrinho de Chico era deficiente mental e, lamentavelmente, alcoólatra. Tempos depois da triste ocorrência, internaram-no numa instituição de saúde no interior de São Paulo. Os anos escoaram-se, e, num momento de lucidez, pouco antes de seu desenlace, arrependido, ele só desejava desmentir tudo, contar toda a verdade; mas, por motivo ignorado, não pôde reparar o erro, inocentando o amoroso tio que nem sequer o admoestou.

Conforme as ideias espíritas propagavam-se, era comum religiosos fanáticos mal-intencionados e outros antagonistas tentarem tolher-lhe o avanço. Tudo levou a crer, pelo que soubemos de fonte limpa, que usaram artificiosamente o pobre moço para desacreditar o tio perante a opinião pública. Foi o segundo grande abalo sofrido pelo notável médium mineiro depois do processo movido pela família do célebre jornalista, político e escritor maranhense, Humberto de Campos, por causa de algumas obras ditadas do Além por ele ao médium, cujo veredicto favorável só contribuiu mais para a propaganda da causa que Chico sempre esposou e honrou com alta dignidade.


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Palavras de Chico Xavier 

“A meu ver, não temos qualquer mensagem maior que o convite à divulgação e ao conhecimento da Doutrina Espírita, vivendo-a com Jesus, interpretada por Allan Kardec.”

“A mais elevada função da Doutrina Espírita é a de restaurar os ensinamentos de Jesus, com as elucidações de Allan Kardec, para a felicidade real das criaturas.”

“Quanto mais os bons Espíritos escrevem por nosso intermédio, fazendo luz, mais reconheço a extensão de minha ignorância pessoal.” (Citações do livro Encontros com Chico Xavier, de Cezar Carneiro de Souza.)

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