Davilson Silva-
A violência nunca se excedeu tanto como agora. Em nosso país, ela se generaliza de uma maneira cruel. São de estarrecer as ocorrências de lesões corporais, de latrocínios e de alguns assassinatos, cometidos com tamanha frieza por jovens, que chegam a traumatizar uma nação. “Onde foi que eu errei?”, perguntam-se os pais de delinquentes pobres da periferia e os dos que moram em condomínio de luxo.
Conceitos não cessam sobre o que ora deveria ter sido encarado face a face, na prática, sem abstrações. Para quem opina a respeito, se trata de um caso de nossa realidade, aliás, tão complexa, que precisa ser melhor entendido por se tratar de gravíssimo problema social, haja vista a quantidade de gente que deseja o seu fim, de tantos clamores antiviolência em toda a parte.
A violência nunca se excedeu tanto como agora. Em nosso país, ela se generaliza de uma maneira cruel. São de estarrecer as ocorrências de lesões corporais, de latrocínios e de alguns assassinatos, cometidos com tamanha frieza por jovens, que chegam a traumatizar uma nação. “Onde foi que eu errei?”, perguntam-se os pais de delinquentes pobres da periferia e os dos que moram em condomínio de luxo.
Antigo estudo feito pela Universidade de Harvard, Estados
Unidos, revelou a principal causa da violência. Os especialistas concluíram que
ela se inicia em lares onde haja pais cruéis ou omissos ou irresponsáveis que
descurem de suas obrigações de educadores, que não acompanhem o desenvolvimento
da criança, do adolescente, concedendo-lhes excessos de liberdade, de egocentrismo
e de poder capaz de transformá-los em incendiários ou em espancadores de
pessoas de condição humilde, e isso, infelizmente, já ocorreu em nosso país.
Pais usuários de drogas ou aqueles que permitem tudo aos
filhos de modo direto ou indireto produzem adultos-problemas. Filhos de pais
permissivos, dos que deixam fazer tudo o que eles bem entendem, de casais que
não se harmonizam ou de pais separados, podem dar desgostos à sociedade.
Delinquentes infanto-juvenis têm se queixado da indiferença de
seus genitores ou da infância abandonada. Eles dizem ter sido vítimas de
agressões físicas, do abuso sexual, fazendo essas vítimas fugirem de casa para,
não raro, se transformarem em meninos ou meninas de rua sujeitos a sofrer muito
mais constrangimento físico e moral.
Por esta ou por aquela razão, o fato é que está acontecendo
uma série de barbárie a envolver jovens, adolescentes de todas as classes
sociais em grandes ou em pequenos centros urbanos. Educadores, psicólogos,
médicos veem nas bebidas alcoólicas e outras drogas a mais grave das causas de
toda essa violência que grassa irrefreável. Críticos de comportamento,
especialistas em educação e ensino acham que tudo se concentra na falta de
normas preventivas imprescindíveis de algo que possa resultar em
responsabilidade e cidadania.
Não cessam conceitos
Conceitos não cessam sobre o que ora deveria ter sido encarado face a face, na prática, sem abstrações. Para quem opina a respeito, se trata de um caso de nossa realidade, aliás, tão complexa, que precisa ser melhor entendido por se tratar de gravíssimo problema social, haja vista a quantidade de gente que deseja o seu fim, de tantos clamores antiviolência em toda a parte.
O ideal seria o diálogo entre pais e filhos, sugerem os
analistas, sobretudo, relativo a observações quanto a certos apelos
da mídia. Escrevi em uma outra matéria que a criança, o adolescente passam a
maior parte do tempo diante de um aparelho de TV, em que alguns programas lhe
apresentam o que não deveriam apresentar. Permissividade dos costumes, modelos de
virtudes que não passam de soberba, falsa e perigosa noção de poder, de liberdade
corrompem mentes infanto-juvenis em crescimento.
Há quem tenha sugerido a melhora no sistema do ensino,
incluindo a ideia de responsabilidade social nas escolas. Segundo alguns, os
educadores deveriam instruir indivíduos a respeito de seus direitos civis e
políticos, mas também de seus deveres como cidadãos. Sai governo, entra
governo, e o Estado não corresponde ao que tanto dele se espera referente à
devida recuperação dos menores infratores.
A educação deveria ser levada a efeito. Estimular crianças e
adolescentes a adquirir um juízo crítico seria uma saída no que concerne a
excessos da sensualidade, ao culto ao corpo perfeito, a anabolizantes, a
transgressões da Lei do Trânsito e à propaganda de alcoólicos que impinge suas
marcas e mensagens com este objetivo: o negócio é consumir cerveja para se ser
livre, feliz e bem sucedido com o sexo oposto. Em escolas, por que não mais
palestras, mais encontros com especialistas que falem dos perigos das drogas,
alcoólicas ou não?, por que não revisam as leis, o Estatuto da Criança e do
Adolescente?
Vigorosa
oficina
Essas e as outras medidas
poderiam estimular o adolescente, o jovem a uma convivência saudável dentro de
um clima de respeito mútuo, por sinal, pouco comum nas famílias. Por outro
lado, assim como disseram que a criminalidade começa em casa, nela pode-se dar
início a uma vigorosa oficina de grandes conquistas sob a égide do amor no
trato diário da assistência fraterna.
Sem dúvida, os cidadãos possuem
todo o direito de exigir leis mais rígidas sem prerrogativas jurídicas em favor
da impunidade. Contudo, algo muito mais que isso, que transcende, precisaria
ser levado em conta: a parte espiritual das criaturas. Recomenda-se, além de
outras medidas, diálogo, regras de limite, o bom exemplo paterno, uma religião.
Não se pode dizer que religião não ajuda. Mas religião e religiões são coisas
diferentes: estas não passam de institutos humanos, falíveis como os homens;
aquela se trata de um profundo e sincero sentimento nobre capaz de ligar a
criatura ao Criador...
“Educai as crianças, e não será preciso punir os homens”,
disse Pitágoras... O criminoso começa em casa, se você pensa que ser bom para o
seu filho é terceirizar o encargo de educá-lo, de compensá-lo com
pertences materiais, deixando-o à vontade para fazer o que der na veneta. Onde
foi que eu errei... Quanto a isso, a excelsa e inigualável pedagogia
espírita responde: “Ao deixar que se desenvolvesse na criança os germes do
orgulho, do egoísmo e da tola vaidade”*, sem
a força moral exemplar, a de que nenhum pai e mãe jamais poderiam se eximir,
independente da classe pobre, média, média alta e rica.
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*KARDEC, Allan. O evangelho segundo
o espiritismo. Tradução Herculano Pires. 2. ed. São Paulo: Lake —
Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 5.o item 4 e
5, p. 75.
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